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O relato de titular da delegacia da mulher que sofria agressões do marido

'Apanhava de cinto', conta Juliana Domingues, agredida entre 2021 e 2022, em Volta Redonda; ele alega que acessório era usado no sexo, consensualmente

Por Da Redação
2 set 2024, 19h43
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Juliana Domingues: "Ele falava pra mim, por várias vezes, que ele me agrediu: 'Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer?'" (TV Globo/Reprodução)
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A delegada Juliana Domingues afirmou que foi vítima de violência doméstica praticada pelo então marido, o tenente-coronel da Polícia Militar Carlos Eduardo da Costa, que hoje é coordenador de segurança do Tribunal Regional Federal (TRF) do Rio. “Eu apanhava de cinto”, relatou a ex-chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher de Volta Redonda, no interior do Rio, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (1). “Eu acho importante dividir a minha história, justamente porque eu sei que, infelizmente, muitas mulheres estão passando pelo que eu passei, com medo e vergonha“, disse ela.

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“Por várias vezes ele também me fazia contar as cintadas. Uma vez ele me bateu na frente do meu filho, me deu um tapa no rosto. Na época dos fatos, eu era delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher. Isso me fez pensar muito. Antes, eu tinha vergonha. Como isso foi acontecer comigo?”, contou ela, que sofreu agressões físicas e psicológicas desde a lua de mel, por conta de um ciúme excessivo. “Ele falava pra mim, por várias vezes, que ele me agrediu: ‘Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer?'”, relata.

Os episódios que Juliana Domingues denuncia aconteceram entre 2021 e 2022. Segundo ela, a gota d’água foi quando Costa disse que o casal iria ao teatro com duas amigas dele. Ela não se animou com a ideia. “Ele me levou para o nosso quarto, e ali ele me estuprou. Ele fez sexo comigo contra a minha vontade. E eu chorei muito. E eu pedi para ele parar. E óbvio que ele não parou. E ele, quando terminou, virou para mim e falou: ‘E agora, você vai tomar seu banho? Porque o teatro é às 4 horas da tarde’”, relembrou. Três dias depois, Juliana decidiu entrar em uma delegacia, mas como vítima. Ela fez uma denúncia e passou por dois exames de corpo de delito. O relatório apontou um hematoma na região malar, – na maçã esquerda do rosto, um segundo hematoma no glúteo e uma escoriação compatível com unhadas.

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Cinco testemunhas, incluindo duas funcionárias do casal, confirmaram que Juliana apresentava marcas de violência física com frequência. Eduardo também foi ouvido. Ele confirmou que tinha o hábito de usar cintos e outros instrumentos durante o sexo, mas que as práticas eram “da vontade deles” e que “tudo era consentido.” Em agosto do ano passado, Eduardo foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por dois estupros contra Juliana, lesão corporal e violência psicológica. A Justiça aceitou a denúncia, e a primeira audiência está marcada para este mês.

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