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Técnica de enfermagem é denunciada pelo uso de caneca da Ku Klux Klan

Marília Romualdo do Amaral usava o objeto com os dizeres ‘Sou da cuscuz Klan’, fazendo trocadilho com nome de grupo americano de supremacistas brancos

Por Da Redação
8 nov 2022, 15h15

Uma caneca com a inscrição “Sou da cuscuz Klan” usada na copa do Hospital dos Servidores do Estado, no Centro do Rio, fez uma técnica de enfermagem denunciar uma colega de trabalho por racismo. Mais do que de mau gosto, a tentativa de fazer piada com o nome do grupo supremacista branco americano Ku Klux Klan, que perseguia e matava negros e simpatizantes do movimento por igualdade racial, pode ser configurada como crime por propagar ou divulgar símbolos racistas.

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“Me sinto ferida na minha existência como mulher negra, como ser humano”, disse à TV Globo Rosana Rezende, lembrando que os membros do grupo radical de extrema direita também assassinava judeus e gays. “A colega ostentando esse símbolo me diz: ‘Não ligo para sua vida, ‘A sua vida não significa nada para mim’, ‘Estou ostentando o símbolo de uma organização suprematista branca que exterminava as pessoas iguais a você, que não ligavam pra sua vida’. É isso que ela me falava. Então, isso me feriu muito”, completou ela, que tentou conversar com a dona da caneca, identificada como Marília Romualdo do Amaral, sem sucesso.

Ao levar o caso para a chefia e a direção do hospital, Rosana chegou a ouvir que a postura da colega era “liberdade de expressão”. Foi quando a denunciante entrou em contato com o sindicato de sua categoria, que a ajudou a levar o caso adiante. “Nós falamos para a divisão de enfermagem do hospital que isso é crime, que propagar, divulgar símbolos racistas é crime, e nós vamos para a delegacia, vamos registrar”, afirma Oswaldo Mendes, diretor do Sindisprev/RJ.

“O racismo deve ser punido, ele não é aceitável, ainda que como piada, ele também é reconhecido ali, ou seja, piada não é justificativa para liberdade de expressão, liberdade de expressão não se justifica com crime”, explica a advogada Waleska Miguel Batista, do Instituto Luiz Gama, de defesa de causas populares e da população negra.

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Nas redes sociais, Marília defende o tratamento da Covid com remédios comprovadamente ineficazes, faz piadas com negros e o racismo e fala em liberdade de expressão. Ela não foi localizada para falar sobre o assunto. Já a direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado informou que está apurando o caso e que “não compactua com qualquer tipo manifestação racista ou que atente contra os direitos humanos”.

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