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Prefeitura vai lançar aplicativo de táxi com descontos de até 40%

Desenvolvida pela Empresa Municipal de Informática e Planejamento, a plataforma tem a proposta de melhorar a qualidade do serviço dos amarelinhos

Por Rafael Sento Sé
Atualizado em 13 out 2017, 11h00 - Publicado em 13 out 2017, 11h00
táxis
Bandeira 2: medida garante um "13º" aos taxistas no fim do ano (Anna Fischer/Veja Rio)
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A relação entre os aplicativos de transporte individual e o poder público é, desde o início da operação do Uber no Brasil, em 2014, marcada por tensão. A mobilização dos dirigentes das plataformas digitais por mudanças no projeto de lei 5587, que, na prática, poderá inviabilizar o serviço se as novas regras forem aprovadas pelo Senado, foi o capítulo mais recente dessa acirrada disputa. Novos rounds se avizinham ainda em outubro. Até o fim do mês, a prefeitura lançará um aplicativo próprio, o Taxi.Rio, desenvolvido pela Empresa Municipal de Informática e Planejamento (Iplan), com a proposta de recuperar a queda de 50% registrada no setor nos últimos anos. A promessa é que o Taxi.Rio funcione tal qual seus similares no mercado, com avaliação dos motoristas e descontos de até 40%, de acordo com a demanda de corridas.

Um em cada cinco taxistas da cidade já fez seu cadastro na base do aplicativo, que soma 9 000 inscritos até o momento. Treze cidades, entre as quais São Paulo, já teriam demonstrado interesse na tecnologia carioca, e empresas de outras áreas estão em negociação para estabelecer parcerias. Uma delas planeja transformar os amarelinhos em pontos móveis de sinal de wi-fi. Numa disputa em que o consumidor tem tudo para sair ganhando com mais uma opção, o novo concorrente desperta reações. “É um erro da prefeitura criar um aplicativo próprio em vez de buscar uma aproximação com os existentes, porque a tecnologia envolve investimento alto. Como estamos presentes em toda a América Latina, conseguimos diluir custos de manutenção e desenvolvimento. O poder público deveria se preocupar com outras áreas”, ataca Fernando Matias, CEO da EasyTaxi.

Taxistas fazem manifestação em frente ao Fórum do Rio no dia de mobilização da categoria
Protesto em julho: taxistas se reúnem contra os aplicativos de transporte de passageiros em veículos particulares (Paulo Carneiro/Agência O Dia)

À frente do projeto do município, o diretor-presidente do Iplan, Fábio Pimentel, defende a solução como uma ferramenta que permitirá melhorar o serviço. “Estávamos caminhando para uma crise grave nos transportes que poderia levar ao sucateamento da nossa frota. Como os taxistas poderão investir na manutenção dos veículos e na compra de um carro novo ganhando muito menos?”, questiona ele. Contando com um efetivo de 500 servidores municipais, o Iplan, que atualmente administra 757 sistemas — uma rede que vai do agendamento de castração de animais ao controle financeiro da gestão da cidade —, deslocou cerca de 10% dessa mão de obra para desenvolver o Taxi.Rio. A empresa municipal, segundo Pimentel, analisou quase trinta sistemas similares em todo o mundo para chegar ao modelo carioca.

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ANNA FISHER
Adriano Gomes: um dos 9 000 motoristas já inscritos no aplicativo da prefeitura (Anna Fischer/Divulgação)

Atualmente, cerca de 55% dos taxistas da cidade, de acordo com pesquisa da Coppe, aceitam corridas pelos aplicativos, mas a relação entre os motoristas e as empresas foi fortemente afetada depois que as duas maiores plataformas, o EasyTaxi e o 99, lançaram versões para veículos particulares. “A gente se sentiu traído, porque isso colocou nossa clientela na mão da concorrência”, reclama Adriano Gomes, já inscrito no Taxi.Rio. O novo app terá funcionalidades mais amplas do que uma corrida mais barata. Além de disporem de um “botão de pânico”, para avisar em tempo real caso o táxi esteja sendo assaltado, os motoristas poderão informar sobre buracos, sinais quebrados e outras ocorrências. O programa também permitirá à prefeitura fiscalizar o serviço de forma mais inteligente e efetiva. “A gestão da operação dos táxis é pobre porque faltam dados, que agora serão gerados pelo aplicativo”, observa o dirigente do Iplan.

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