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Entre tapas e palavrões

Donos de grife carioca armam barraco na separação, mas mantêm a parceria comercial

Por Alessandra Medina
Atualizado em 5 dez 2016, 16h14 - Publicado em 19 Maio 2011, 19h10
Mônica Imbuzeiro
Mônica Imbuzeiro (Redação Veja rio/)
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Dois colegas de trabalho começam a namorar, o relacionamento evolui e eles decidem se casar. Como desdobramento, pedem demissão do emprego para abrir um negócio próprio. Com o tempo, no entanto, surgem as desavenças da vida a dois, que acabam por atingir a empresa. O resumo do enredo, nem tão raro assim, é um relato fiel do que vem acontecendo com a estilista Carla Guimarães e seu ex-marido Sergio Barbosa, sócios na grife de moda feminina Leeloo. Em 1999, eles abriram em Ipanema sua primeira loja. Foi o ponto de partida de um empreendimento extremamente bem-sucedido. De lá para cá, a marca cresceu e virou uma rede com oito endereços no Rio e um em São Paulo, além de fornecer peças para 105 lojas multimarcas no Brasil. Nos bastidores, entretanto, a coisa vai de mal a pior. Carla e Barbosa são protagonistas de um rumoroso processo de separação, com denúncias de agressões, xingamentos e provocações.

Com o desgaste da relação, em agosto de 2009 eles decidiram pôr um ponto final no casamento. Tudo parecia correr de forma civilizada, com a opção do divórcio consensual, até que, em 11 de março do ano passado, ela registrou a ocorrência de número 014-01999/2010, dando conta de ter sofrido agressões físicas e verbais do ex. A gota d?água teria sido um episódio prosaico. Apesar de não dividirem mais o mesmo teto, Barbosa mantinha o hábito de levar suas roupas até a casa dela para que fossem lavadas. Certa vez, ao ter esse serviço de lavanderia recusado, ele teria se exaltado e partido para cima de Carla, “arremessando-a ao chão e contra os móveis, causando lesões no ombro”. Ainda de acordo com o registro, ele a xingou de “vagabunda” e outros termos impublicáveis.

Baseados na Lei Maria da Penha, os advogados da estilista conseguiram na Justiça que Barbosa ficasse proibido de se aproximar da ex ou contatá-la, mesmo por telefone. No processo para reaver seus direitos, ele, por sua vez, argumentou que a restrição causava um grave prejuízo à empresa e relatou provocações por parte de Carla. Mesmo sem se falar, a dupla optou por manter a parceria comercial. Quando precisam tomar uma decisão em conjunto, algo frequente no dia a dia de sócios, eles se encontram sempre na presença de um funcionário. Não há hipótese de ficarem a sós. Para apimentar ainda mais a história, no auge da confusão Barbosa se envolveu com uma funcionária da grife. Hoje, eles estão juntos e têm um filho de 5 meses. “Ficamos muito magoados na época da separação, mas passou”, afirma Carla, evitando alfinetadas. “Percebemos que a nossa parceria no trabalho sempre deu certo e não tinha por que terminar”, garante ela, na evidente tentativa de pôr panos quentes. Apesar do discurso conciliador, no meio desse cabo de guerra, a empresa sentiu o baque e já atrasou salários neste ano.

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