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Suspeitos de negociar armas do Exército com criminosos são presos

Jesser Marques Fidelix, o Jessé, e Márcio André Geber Boaventura Júnior estavam no condomínio Osasco Alphaville, em São Paulo

Por Da Redação
12 abr 2024, 14h45
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Prisão em São Paulo: Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Júnior estavam no condomínio Osasco Alphaville, em Santana de Parnaíba. (TV Globo/Reprodução)
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Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prenderam, na madrugada desta sexta (12), em São Paulo, dois suspeitos de negociar metralhadoras furtadas do Exército com a facção Comando Vermelho (CV), do Rio. Em complemento às prisões, pela manhã, os policiais cumpriram oito mandados de busca e apreensão contra a quadrilha envolvida neste tráfico de armas na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Civil, a equipe da DRE apreendeu caminhão, veículos de luxo, armas, máquina de contar dinheiro e documentos diversos na operação, em endereços vinculados à quadrilha de Jesser Fidelix, o Jessé, um dos presos em São Paulo. O Exército Brasileiro ainda não se posicionou sobre o caso.

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Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Júnior estavam no condomínio Osasco Alphaville, em Santana de Parnaíba, na Região Metropolitana de São Paulo. Uma denúncia anônima levou os agentes a localizar os dois. De acordo com a polícia, ambos, assim como outros investigados, atuam no comércio ilícito de armas de fogo, principalmente as de uso restrito. As armas eram furtadas do arsenal de guerra do Exército Brasileiro para posterior venda ao Comando Vermelho. Assim, segundo os investigadores, eles colaboravam no arrefecimento dos conflitos entre facções criminosas no estado do Rio, principalmente na área de Jacarepaguá, na Zona Oeste, cujo domínio territorial é disputado entre milicianos e traficantes da facção.

No dia 10 de outubro do ano passado, o Exército começou a investigar o sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal do Comando Militar do Sudeste, em Barueri, na Grande São Paulo. A ausência das 13 metralhadoras calibre .50 e oito calibre 7,62 mm foi notada durante uma inspeção no local. À época, segundo a força armada, o material não tinha utilidade e tinha sido recolhido para manutenção. Cerca de 10 dias depois, ainda em outubro, a Polícia Civil encontrou oito das 21 armas que foram roubadas do Exército na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio. As metralhadoras estavam dentro de um carro que saiu da Rocinha. De acordo com um comunicado do Comando Militar do Sudeste no dia 1º de novembro, este carro encontrado na Praia da Reserva, era de Jessé. Na ocasião, ninguém foi preso. Ao todo, durante as investigações, 17 armas do arsenal foram encontradas: oito no Rio de Janeiro e nove em São Paulo.

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Desde o furto das metralhadoras, o Exército investiga possíveis militares envolvidos na ação. Em outubro do ano passado, a corporação identificou agentes suspeitos de ligação com o crime. O Comando Militar do Sudeste manteve cerca de 480 militares aquartelados para a apuração do caso. Segundo as investigações, os suspeitos teriam desligado as câmeras de segurança e usado um carro oficial do então diretor da base militar – que não estaria envolvido no roubo – para transportar o armamento para fora do quartel. Parte das armas roubadas foi para o Rio, para ser repassada ao Comando Vermelho, e o restante ficou em São Paulo, onde seria comercializada com o Primeiro Comando da Capital (PCC). No Rio, as armas foram oferecidas ao traficante William de Souza Guedes, chefe do tráfico em Manguinhos, na Zona Norte.

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