Por que superporta-aviões dos Estados Unidos está atracado no Rio
USS George Washington, com capacidade para 5 mil tripulantes e 90 aviões e helicópteros, participa de operações com marinhas da América do Sul e Caribe
Em sua terceira missão na América Latina e região do Caribe, o superporta-aviões com propulsão nuclear USS George Washington (CVN-73) está em águas brasileiras. Mas especificamente cariocas. Uma das peças centrais das forças navais dos Estados Unidos, o gigante de 330 metros de comprimento por 78 metros de largura (40,8 metros na linha d’água) participará, nos próximos meses, da operação Southern Seas 2024 antes de seguir para a Base Naval de Yokosuka, no Japão, onde deve chegar entre setembro e outubro.
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Por aqui, estão previstos exercícios de passagem e operações no mar com as forças marítimas de nações parceiras, que acontecerão ao longo da circunavegação do continente sul-americano. A operação Southern Seas tem como objetivo aprimorar a capacidade, melhorar a interoperabilidade e fortalecer parcerias marítimas com países em toda a área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA. Além do Brasil, a companhia de navios do George Washington — que inclui submarinos, destróieres e navios de reabastecimento — participará de compromissos com Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, com visitas a portos planejadas para as cidades de Rio de Janeiro, Valparaíso e El Callao.
No último fim de semana, por exemplo, o superporta-aviões realizou movimentos entre os litorais do Rio e do Espírito Santo, próximo à cidade de Cabo Frio, distante 100 km em linha reta da Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont. A Marinha do Brasil empregou na operação as fragatas Independência e União, além das aeronaves UH-15/AH-15B “Super Cougar”, AH-11B “Wild Lynx” e AF-1 “Skyhawk”. Pelo lado dos EUA, estavam envolvidos também o destróier USS Porter da classe “Arleigh Burke”, o navio de apoio logístico USNS John Lenthall, e o navio da Guarda Costeira USCGC James, além do caça F/A-18E/F “Super Hornet”; jatos de ataque eletrônico EA-18G Growler; caças furtivos F-35C “Lightning II”; helicópteros de guerra antisubmarino MH-60 “Seahawk”; e aviões de radar E-2 Hawkeye.
Em funcionamento desde 1992, o USS George Washington foi o primeiro porta-aviões com propulsão nuclear americano permanentemente estacionado fora do território continental dos EUA a partir de 2008. Em 2017, ele regressou para Norfolk, no estado da Virgínia, onde passou por processos de reabastecimento e revisão de meia-vida que, em meio a limitações orçamentárias e atrasos dos mais diversos tipos — incluindo a pandemia de Covid-19 —, só foram concluídos em maio de 2023, a um custo estimado de mais de US$ 2,8 bilhões (R$ 14,3 bilhões).
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Conhecido como GW, o USS George Washington mede, da quilha até o topo do mastro, são 74 metros de altura, o equivalente a um prédio de 24 andares. Seu interior comporta dez pisos acima do convés e outros dez abaixo, interligados por mais de 50 escadas. Além disso, tem capacidade para receber uma tripulação de cerca de 5 mil militares — o equivalente à população de uma pequena cidade. Atualmente, estão embarcados 4,9 mil tripulantes, sendo mais de 3 mil alistados na companhia de navios e 1.450 na ala aérea, além de 250 oficiais da ala aérea e 200 da companhia de navios. Sua ala aérea de bordo é composta por cerca de 90 aviões e helicópteros divididos em nove esquadrões — as aeronaves são as principais armas dos porta-aviões, servindo também para defesa da força-tarefa.