Site promove a união de homens de meia-idade com mulheres mais jovens
A rede social Meu Patrocínio é bem específica quanto ao objetivo dos participantes. Cariocas interessados nas moças tem renda média de mais de R$ 4 milhões
Aquela troca de olhares, tão valiosa na hora da paquera, há tempos vem perdendo espaço. Estampados na tela de celulares, aplicativos que promovem encontros, como Tinder, Happn, Grindr — este voltado ao público GLS —, vêm mudando os hábitos de quem busca companhia. A mais recente ferramenta na internet para auxiliar os solteiros é bastante específica quanto à sua finalidade. Lançado há três meses, o Meu Patrocínio propõe-se a unir jovens mulheres a homens mais velhos e com alto poder aquisitivo — daí o nome. A rede já conta com 25 000 usuários, e os cariocas representam 12% do público. As pretendentes são chamadas de sugar babies, enquanto os tiozões dispostos a abrir a carteira são os sugar daddies — algo como “papaizinhos”, na tradução não literal para o português. “No Brasil, as pessoas têm dificuldade de falar sobre dinheiro nas relações. Não é à toa que grande parte delas termina por causa de problemas financeiros”, resume a fundadora do site, a americana Jennifer Lobo, filha de brasileiros radicada no país há três anos.
Para entrar na rede, é preciso preencher um cadastro com as preferências e, no caso dos homens, revelar sua renda mensal e o tamanho de seu patrimônio. Os candidatos a daddy ainda têm de desembolsar 199 reais mensais para trocar mensagens com as moças, que, em sua maioria, são estudantes universitárias e querem certa “estabilidade” na relação. “Com esse tipo de relacionamento, não há a preocupação de sair para jantar sem saber se o homem vai pagar a conta”, afirma uma sugar baby, de 24 anos, moradora do Rio, que prefere se manter anônima. A busca por segurança da parte das mulheres, porém, é alvo de crítica da psicanalista Regina Navarro Lins. “Numa época em que se fala na igualdade de gêneros, incentivar essas ligações por interesse é retroceder. Se não há igualdade entre os dois, o preço a pagar é a submissão”, afirma. Polêmicas à parte, mais um ponto de encontro se forma, desta vez para quem sabe bem o que quer.