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Resolvedor de pepinos: conheça Simon Fuller, idealizador da Brava Arena Jockey

Inglês é empresário de estrelas da MPB e antecipa o verão com shows grandiosos

Por Lucas Vieira
21 nov 2025, 06h38
Simon
Simon Fuller: nascido na Inglaterra, empresário já trabalhou com nomes como Monobloco, Paralamas do Sucesso e Marisa Monte (Leo Aversa/Divulgação)
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Em 2022, ao ver a estrutura utilizada para a gravação do audiovisual Portas Ao Vivo, de Marisa Monte, ser desmontada no Jockey, Simon Fuller foi tomado por um triste pensamento. “Levamos seis semanas para pôr tudo de pé e tivemos dois fins de semana de shows esgotados. Fiquei com a sensação de que poderia ter aproveitado melhor aquele espaço”, relembra.

Com apurado faro empreendedor, ele transformou o lamento em projeto, e assim nasceu a Brava Arena Jockey, já na terceira edição. Nascido na Inglaterra, em 1967, o empresário veio morar com o pai no Rio aos 12 anos, após a morte da mãe.

Encantado pelo rádio, se profissionalizou nos Estados Unidos e voltou para cá, onde iniciou uma sólida trajetória no mercado fonográfico, atuando em gravadoras como EMI e Warner. Uma experiência com os Paralamas do Sucesso (veja no box) proporcionou uma guinada ao britânico. A propósito, a banda não só influenciou a trajetória de Fuller como inspirou o nome de seu filho, Lui, de 29 anos – referência ao disco O Passo do Lui (1984). O primogênito segue os passos do pai e a caçula, Manuella, 24, é psicóloga.

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Em 1993, Fuller mergulhou em produção e empresariamento artístico. Desde então, acumula uma longeva parceria com o Los Hermanos, quase uma década trabalhando com Marisa Monte e sete anos com o BaianaSystem. Referência no mercado, o executivo tem perfil reservado e prefere atuar nos bastidores. Embora passe a maior parte do tempo na estrada, Fuller mora no Leblon e tem na Gávea a sede de sua empresa, a Kappamaki.

“Escolhi esse nome porque vivo lidando com situações enroladas e cheias de pepino, como essa receita japonesa”, explica com bom humor. A rotina no escritório inclui infindáveis reuniões e ligações para os artistas. À noite, o telefone ainda toca. “Chamo de terceiro turno. É coisa do showbizz mesmo, faz parte”, resigna-se.

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Nas poucas folgas, ruma para Secretário, distrito de Petrópolis, onde tem uma casa. “Mas a babá eletrônica vai no bolso”, brinca. Para Fuller, a principal marca de sua atuação é a busca por soluções para viabilizar os desejos dos músicos. “É uma parceria orgânica, com muita conversa, sem aquela cara empresarial. Ao lado dele a gente começou a tocar em grandes festivais e ganhou o Grammy Latino. A banda chegou a um patamar nunca imaginado”, resume Roberto Barreto, fundador do BaianaSystem.

Marisa Monte, Simon Fuller e Rodrigo Amarante.jpg
Marisa Monte, Simon Fuller e Rodrigo Amarante: com seu perfil discreto, o empresário prefere atuar nos bastidores, e não pensa em aposentadoria. (Maurício Valladares/Divulgação)

Espraiada por 7 000 metros quadrados, a Brava Arena Jockey deve receber 130 000 pessoas até 31 de dezembro, quando Anitta comanda o Réveillon. Inspirado nos listening bars internacionais, o Track Bar, novidade desta temporada, une drinques exclusivos e audições de LPs.

Sob curadoria de Fuller, a programação conta com Cordão do Boitatá às quartas e o primeiro show do fenômeno Dominguinho – trio de João Gomes, Jota.Pê e Mestrinho. Para viabilizar o evento, o empresário precisou montar uma equipe que desse conta do recado sem a sua presença, por conta das viagens. “Ele é apaixonado por produzir experiências incríveis. Depois de pesquisar referências, busca entregar algo ainda melhor do que a inspiração”, observa Fernando Tchê Gouvea, CMO da Kappamakki.

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Mesmo com tantas atividades, aos 58 anos, Fuller não pensa em parar. “O final do ano passou a ser mais animado. Talvez eu diminua o ritmo, mas aposentadoria nem pensar”, atesta. A cena cultural carioca agradece.

Arena Jockey
Brava Arena Jockey: com 7 000 metros quadrados, a estrutura deve receber 130 000 pessoas até 31 de dezembro. (./Divulgação)

Ele estava lá

A trajetória do executivo tem pontos em comum com momentos históricos da música brasileira

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Paralamas do Sucesso: a virada de chave. “Eu era executivo de gravadora, já tinha trabalhado na EMI, aqui e em Londres, e fui contratado pela Warner. Em 1993, recebi um convite dos Paralamas, que abririam os shows da turnê do Brian May, guitarrista do Queen. Pedi férias e essa experiência me fez pedir demissão na volta”

Pedro Luís & A Parede: o nascimento do Monobloco. “Foi a primeira banda que empresariei de fato, durante a turnê do disco Astronauta Tupy. Na gravação do segundo álbum, conversamos e fundamos o Monobloco, que até hoje é um grande projeto e ajudou a mudar a cara do Carnaval de rua do Rio”

Los Hermanos: uma era de realizações. “Em 2001, a banda me procurou para que eu pudesse aconselhá-los no período entre o sucesso inicial e o lançamento do Bloco do Eu Sozinho. Em maio de 2019, quase duas décadas depois, eu estava com eles no Maracanã, num show lotado, com 55 000 pessoas. Foi uma realização para mim e para eles”

Tribalistas: o grande encontro. “Foi um projeto gigantesco e também um marco para minha carreira, porque pude trabalhar com esses três grandes artistas juntos. Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes me chamaram para produzir os shows no Brasil e acabamos rodando o mundo. Foi aí que iniciei a parceria com Marisa”

Marisa Monte: a digitalização da carreira. “Ela estava há dez anos sem lançar um disco de inéditas e Portas foi o primeiro lançamento 100% digital da carreira dela. A turnê levou três anos e foi um marco, porque a pandemia estava terminando, fizemos tudo do zero e deu certo”

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