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Onde será erguido o quartel-general olímpico

Com técnica revolucionária de construção civil, a sede do Comitê Rio 2016 é erguida bem ao lado do prédio da prefeitura

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 dez 2016, 15h19 - Publicado em 7 nov 2012, 16h43
Lego de aço
Lego de aço (Redação Veja Rio/)
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Quem costuma passar pela região entre a Praça da Bandeira e o centro da cidade certamente já reparou na edificação que está sendo erguida ao lado da prefeitura do Rio. Ela se destaca devido a uma série de particularidades. O barulho provocado é mínimo, pois não há britadeiras nem bate-estacas em ação, algo raro nesse tipo de empreendimento, que costuma ser uma amolação para a vizinhança. Um olhar mais atento perceberá também que o novo imóvel prescinde de concreto ou alvenaria. Ele é todo feito de estruturas de aço pré-moldadas, que já chegam prontas para ser montadas no local, num mecanismo similar ao do Lego, brinquedo que consiste em pequenos blocos de plástico encaixáveis. Dessa maneira, sem maiores estardalhaços, ganha forma a sede do Comitê Organizador Rio 2016, que será o centro nevrálgico da Olimpíada carioca. Esse autêntico quartel-general é o lugar onde serão tomadas as decisões mais importantes tanto no período de preparação dos Jogos como no decorrer da competição. Projetado com três andares, o prédio será erigido em três etapas. A primeira delas está prevista para terminar em fevereiro, quando ele terá capacidade para acolher inicialmente até 900 pessoas. As demais serão sacramentadas em maio e setembro do próximo ano (veja a ilustração), habilitando-o a receber novas levas de funcionários e colaboradores da entidade. No fim de todo o processo, o novo caixotão da Cidade Nova terá quase 20?000 metros quadrados de área, formada pelo encaixe de 150?000 blocos de 6 metros de comprimento por 2,5 metros de largura cada um. No auge de seu funcionamento, a expectativa é que ele abrigue 2?600 profissionais de diversos setores. “No momento estamos separados em dois endereços na Barra. Seria inviável executar uma missão de tamanha complexidade sem total integração entre as equipes”, afirma Leonardo Gryner, diretor-geral do comitê.

 

Largamente difundida em países como Alemanha e Estados Unidos há pelo menos vinte anos, a técnica da construção em módulos tem uma série de vantagens em relação ao método convencional. É uma solução sob medida para instalações temporárias, como convém ao organismo carioca, que começará a ser desmontado assim que se apagar a pira olímpica ? exatamente como ocorreu neste ano em Londres com a Olympic Delivery Authority, que possuía diversas edificações provisórias. Ou seja: por ser algo descartável, está livre do risco de virar um elefante branco após a realização do evento. Há outras virtudes a enumerar. Como sua estrutura é bem mais leve que a de concreto armado, o trabalho de fundação ? geralmente um dos estágios mais penosos da obra ? fica facilitado. “E o imóvel pode ser erguido três vezes mais rápido que outro convencional”, compara Luís Guilherme Ferreira, diretor de instalações do comitê. A construção blocada permite ainda que as pessoas trabalhem normalmente em um módulo já concluído, enquanto os demais vão sendo montados. A sustentabilidade é outro mantra seguido pelo comitê carioca, que observa os preceitos da correção ecológica em sua futura instalação. Ela possui placas de captação de energia solar, iluminação de LED e sistema de reaproveitamento da água da chuva para irrigar os jardins. “Nossa sede será exemplar”, aposta a gerente de sustentabilidade do organismo, Tania Braga. Tomara que as boas práticas sejam adotadas em toda a preparação para os Jogos.

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