Cidade

Rio desértico: cidade registra o fevereiro mais seco da história

Em bairros como Vidigal, Rocinha, Copacabana, Grajaú, Jardim Botânico, Barra, Sepetiba e Tijuca, o índice pluviométrico foi zero, segundo AtmosMarine

Por Da Redação
Atualizado em 28 fev 2025, 16h44 - Publicado em 28 fev 2025, 16h42

Fevereiro de 2025 entra para a história como o mês mais seco já registrado no município do Rio. Segundo dados da AtmosMarine, empresa especializada em meteorologia e oceanografia, a medição de índices pluviométricos na capital do estado nestes 28 dias atingiu níveis extremamente baixos. Em bairros como Vidigal, Rocinha, Copacabana, Grajaú, Jardim Botânico, Barra, Sepetiba e Tijuca, o índice foi zero. Já os bairros que registraram maior índice foram Bangu, que acumulou apenas 2,2 mm, e Grota Funda, com 3 mm. De acordo com o sistema Alerta Rio, da prefeitura, a média de chuva não passou de 0,6mm: a menor precipitação na cidade para qualquer mês desde o início da série histórica, em 1997. A precipitação média de fevereiro na cidade é de 123,3mm — ou 205 vezes o registrado este ano.

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“É a primeira vez que registramos um mês com menos de 1mm de chuva no município. Este fevereiro foi o mês mais seco de nossa série histórica, realmente impressiona”, disse ao Globo a meteorologista-chefe do Alerta Rio, Raquel Franco. Até hoje, os menores índices de chuva do município, segundo o Alerta Rio, tinham sido registrados em abril e maio do ano passado e no verão de 2014/15, quando ocorreu uma grande crise hídrica no Sudeste. “A marca histórica de fevereiro chama mais atenção ainda porque o mês faz parte da estação chuvosa. Os meses mais secos costumam ser os de inverno, quando a baixa precipitação não incomoda tanto porque a temperatura é normalmente mais baixa”, acrescentou o meteorologista Ronaldo Palmeira, diretor da empresa de meteorologia e oceanografia AtmosMarine.

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Em meio a várias ondas de calor, no dia 17 de fevereiro, o Rio atingiu o Nível de Calor 4 (NC4), o segundo mais alto do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo do município, cuja escala vai até o NC5. Este nível indica calor extremo, com temperaturas entre 40°C e 44°C. A marca é inédita desde a criação do protocolo, em junho do ano passado. E não há refresco à vista, já que se tem previsões seguras de quando a chuva voltará a cair no Rio. Segundo a meteorologista do Alerta Rio, a primeira quinzena de março tem previsão de chuva abaixo da média.