Cidade

Nasce uma estrela: Rio protagoniza mostra na cinemateca do MAM

Dez anos depois da primeira edição, Imaginários Cariocas — A Representação do Rio no Cinema mostra uma perspectiva mais afetuosa da cidade

Por Paula Autran
5 dez 2025, 07h01

Imaginários Cariocas _FOTO PRINCIPAL_[Arquitetura] Fachada do MAM Rio -5 - Foto Fabio Souza (1).jpg

Uma Cidade Maravilhosa muito além dos cartões-postais protagoniza Imaginários Cariocas — A Representação do Rio no Cinema, realizado de segunda (8) a 21 de dezembro na Cinemateca do MAM. Dez anos após sua primeira edição, o evento gratuito reúne 55 curtas e longas que expõem as complexidades da metrópole que projeta a imagem do Brasil no mundo. O público também é convidado a participar de rodas de conversa sobre os eixos que orientaram a curadoria, como as transformações urbanísticas.

Imaginários Cariocas _DETALHE_STILL_DEIXA_NA_REGUA-48.jpg — Deixa na régua: cotidiano dos salões de beleza periféricos (./Divulgação)

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“Em 2015, trouxemos um olhar panorâmico voltado para um século de cinema no Rio”, relembra a cineasta Marina Meliande, que divide a seleção com Felipe M. Bragança, destacando como o foco dos realizadores mudou de lá para cá, deixando de contribuir para cristalizar clichês. “Muitos deles já vinham se debruçando sobre as periferias, mas em geral do ponto de vista da violência. Agora a perspectiva é mais afetuosa, até porque temos muitas pessoas desses territórios fazendo os filmes”, observa ela.

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Imaginários Cariocas _DETALHE_O Desmonte do Monte - castelo_2.jpg — O Desmonte do Monte: transformações urbanísticas é um eixo temático (Fotos autor Desconhecido/Divulgação)

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Entre os destaques estão os documentários Deixa na Régua (2016), de Emílio Domingos, que registrou o cotidiano dos salões de beleza periféricos, e O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla, além do drama Benzinho, de Gustavo Pizzi. A abertura traz o inédito Papagaios (2025), de Douglas Soares, vencedor de quatro Kikitos no último Festival de Gramado, sobre os chamados “papagaios de pirata”. Para Marina, são narrativas inseparáveis do território: “Não são histórias que poderiam se passar em qualquer outro lugar, só aqui”.