Reinauguração da Praça Mauá cria nova área de lazer

Abertura chama atenção para o projeto vizinho, a Orla Luiz Paulo Conde, que deve ficar pronta até o primeiro semestre de 2016

Por Carla Knoplech
Atualizado em 2 jun 2017, 12h28 - Publicado em 5 set 2015, 01h00
Felipe-Fittipaldi
Felipe-Fittipaldi (Felipe Fittipaldi/Veja Rio/)
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Criação do escultor Rodolfo Bernardelli e marco do surgimento daquele espaço, em 1910, a estátua foi restaurada e está de volta ao seu lugar. No entorno, outros cuidados urbanísticos saltam aos olhos. O granito substituiu as pedras portuguesas e, em certos trechos do piso, placas de grama compõem a bela estampa xadrez. Bancos de design contemporâneo e mudas de árvores que um dia vão dar sombra completam a paisagem na qual desponta a estrutura imponente, e quase pronta, do Museu do Amanhã. Essa é a nova Praça Mauá, assim batizada, no começo do século passado, em homenagem a Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), o Visconde de Mauá, pioneiro industrial e diplomata brasileiro eternizado na obra de Bernardelli. A estátua tende a virar ponto de encontro — se tudo der certo, como a de Bellini no Maracanã. Dos pés de Irineu (e não do zagueiro campeão Bellini), a pedida, em breve, promete ser uma caminhada pela Orla Luiz Paulo Conde, inovação das mais interessantes que o projeto Porto Maravilha prevê entregar após o bota-abaixo iniciado em 2009.

+ Arquiteto espanhol Santiago Calatrava fala sobre o Museu do Amanhã

A praça é nossa e ganha solenidade de reinauguração no domingo (6). No mesmo dia, a Avenida Rio Branco será fechada ao trânsito, em um teste para o que deve acontecer de forma rotineira quando as obras na região terminarem. O Museu do Amanhã será aberto em novembro deste ano e a orla, até o fim do primeiro trimestre de 2016. Quem crava as datas é Eduardo Paes. “Esse é o reencontro da cidade com sua razão de ser. Queremos que o cidadão volte a frequentar o Centro. Vamos além do Tim Maia. Em breve o carioca poderá ir do Pontal até o Armazém 8 de bicicleta”, arremata o prefeito. O projeto do novo bulevar à beira-mar justifica o arroubo oficial. Batizado em tributo ao ex-prefei­to Conde (1934-2015), o passeio vai se estender por aprazíveis 3,5 quilômetros. Um extremo fica no Largo da Misericórdia, ponto histórico remanescente dos tempos da fundação do Rio de Janeiro, próximo à Praça XV, enquanto o outro encontra-se na Rua Rivadávia Corrêa, na altura da Cidade do Samba.

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Infografico
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O trajeto, que no papel ainda vai abrigar ciclovias e quiosques, poderá ser totalmente percorrido a pé ou, em parte, a bordo do VLT (veículo leve sobre trilhos). Livre de entraves como a degradação acumulada há décadas e o espaçoso viaduto da Perimetral, o visitante vai poder admirar, de novos ângulos, as águas, de um lado, e as construções históricas em série, de outro. As instalações do antigo Moinho Fluminense, a Igreja de Nossa Senhora da Saúde e o Mosteiro de São Bento são alguns exemplos. “Toda a área vai ganhar tratamento paisagístico especial, tanto do ponto de vista dos jardins, quanto do estudo de cores. Será uma pequena revolução urbana”, promete Washing­ton Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Desconfiar do otimismo das autoridades é medida saudável, mas os resultados à vista na Praça Mauá e o andar das obras na Orla Luiz Paulo Conde já permitem ir além do sonho: vai ter passeio no Centro.

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