Afinal, governo do estado vai reduzir passagem de metrô e trem para 4,70?
Mesmo com as contas no vermelho, ideia é investir R$ 300 milhões este ano e R$ 500 milhões em 2026 para tirar carros das ruas

Mesmo com orçamento no vermelho em R$ 14,6 bilhões este ano, o estado do Rio planeja reduzir para R$ 4,70 o preço das passagens de trem e metrô, assim como foi feito nas barcas, em março. A expectativa do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, é de que a diminuição das tarifas traga a reboque um aumento de 500 mil passageiros por dia nos transportes sobre trilhos: o número de usuários do metrô passaria de 650 mil para 900 mil, e de trens, de 358 mil para 600 mil.
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Segundo Reis, em entrevista ao jornal O Globo, a medida custaria aos cofres públicos R$ 300 milhões este ano e R$ 500 milhões em 2026, e os recursos viriam do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP). A implementação do projeto depende da assinatura de decreto pelo governador Cláudio Castro (PL). O estado, no entanto, ainda não bateu o martelo sobre a data em que a medida será implantada. “É pouco dinheiro diante do benefício. Mais pessoas serão atraídas para o sistema de alta capacidade, e se consegue tirar carros das ruas”, disse o secretário ao jornal. Como solução para a sobrecarga, o secretário de Transportes afirmou que novas composições para o sistema sobre trilhos estão sendo compradas pelo estado: 40 de trens e dez para metrô.
Uma pesquisa recente da FGV Transportes, que compara de que maneira a mobilidade urbana é percebida pelos usuários de três capitais brasileiras — Rio, São Paulo e Belo Horizonte —, indica que, para quem usa transporte público no Rio, a integração dos transportes, a qualidade do serviço prestado e o valor das passagens estão entre as principais reclamações dos passageiros. Ainda segundo o levantamento, 40% dos usuários do Rio consideram a mobilidade urbana ruim ou péssima. A nota média dada à cidade na última pesquisa foi de apenas 4,6 (numa escala entre 0 e 10) — a pior entre as três capitais analisadas.
Atualmente cobrando a tarifa mais alta do país, no que diz respeito ao transporte metroviário, a concessionário MetrôRio explicou ao jornal que, diferentemente do que acontece nos sistemas metroviários de outros estados e países, no Rio de Janeiro, “o cidadão paga a tarifa técnica integral (custo total da operação), pois ainda não há subsídio para os transportes sobre trilhos”. E lembrou que “atualmente, apenas a população com renda mensal inferior a R$ 3,2 mil tem acesso à tarifa social, ao valor de R$ 5”.
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No cado das Barcas, os valores das passagens já foi reduzido. A diminuição da tarifa da linha de Charitas foi de R$ 21 para R$ 7,70. Já para os passageiros das barcas das linhas Arariboia, Cocotá e Paquetá, o preço caiu de R$ 7,70 para R$ 4,70. Segundo a Secretaria de Transportes, em 30 de abril, véspera de feriado de 1º de maio, “o sistema aquaviário registrou recorde de passageiros transportados em um único dia, representando um aumento de 18% na demanda no período pós-pandemia”. A linha Charitas também registrou o seu maior fluxo/dia, de 7.445 pessoas. Um aumento de 112% em relação a 2024 (3.500 pessoas).