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“Quero ajudar a mudar o Rio”

Vereadora e ex-subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo fala sobre seus projetos de lei e medidas para melhorar a segurança no município

Por Redação
10 out 2025, 08h00
vereadora Talita Galhardo (PSDB)
 (Vereadora Talita Galhardo (PSDB). Leo Lemos/Reprodução)
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Formada em jornalismo e pós-graduada em gestão pública, a vereadora Talita Galhardo (PSDB), 42 anos, acumula mais de duas décadas de experiência no setor público. Carioca apaixonada pela cidade — a ponto de ter o nome do Rio tatuado no braço —, foi subprefeita de Jacarepaguá por mais de dois anos, função que define como uma verdadeira “escola” por tê-la colocado diariamente nas ruas, em contato direto com a população. Em seu primeiro mandato na Câmara, integra a Comissão de Segurança e a de Proteção e Defesa Civil e concentra sua atuação em projetos voltados à segurança, à ordem urbana e à melhoria da qualidade de vida dos cariocas. De estilo direto e transparente, a parlamentar conversa com VEJA RIO sobre seus projetos de lei, os embates em torno de pautas polêmicas e os desafios de enfrentar a violência e o desordenamento na cidade.

Como a experiência na gestão pública influencia sua atuação na Câmara? Para estar aqui, o vereador precisa ter preparo e conhecimento. Não se pode cuidar de uma cidade sem entender de gestão. Sou pós-graduada em gestão pública e fui subprefeita de Jacarepaguá entre 2021 e 2023. Estive nas ruas todos os dias, em contato direto com a população, e isso me deu não só sensibilidade, mas clareza sobre como a máquina pública funciona. Hoje, quando recebo uma demanda, sei exatamente a quem recorrer, qual botão apertar.

Na prática, quais reivindicações que chegaram até a senhora já se transformaram em lei ou proposta? A Guarda Municipal é um exemplo. Sempre ouvi os anseios da categoria e, quando o prefeito propôs mudanças na lei orgânica para armar a guarda, atuei intensamente no debate. Depois, apresentei um projeto para garantir assessoria jurídica gratuita aos guardas. Também propus proibir e multar os chamados rolezinhos de motos, que geram muito barulho e risco para a população, mas ainda não tinham proibição legal. E sigo batalhando por outras diversas questões, como a internação compulsória de dependentes químicos. Nas ruas, vi que dificilmente alguém em situação extrema busca ajuda por conta própria.

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Como a senhora responde aos argumentos contrários à internação compulsória? Há sempre quem seja contra, mas não vou me abster de apresentar soluções que considero eficazes por medo da discordância. Um exemplo paralelo: quando propus a implementação do parquímetro para reduzir a atuação de flanelinhas, muita gente criticou. Mas eu não quero tirar o ganha-pão de ninguém; quero regulamentar e acabar com os abusos. 

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Há outros projetos em que a senhora se engajou mesmo com críticas? Um deles proíbe a contratação, com recursos públicos, de artistas que façam apologia ao crime organizado. Essa não é uma lei “antifunk” nem “anticultura”, como alguns alegam. Eu adoro o funk, mas não podemos normalizar shows com armas no palco ou músicas exaltando facções criminosas. O poder público deve investir em cultura, sim, mas não financiar a banalização do crime.

Como integrante da Comissão de Segurança, qual é a prioridade mais urgente para o município nesse setor? Há ações concretas que a prefeitura pode e deve executar. Uma delas é a demolição de construções irregulares: competência municipal que muitas vezes é deixada de lado. Essas invasões crescem rápido e, frequentemente, estão associadas ao tráfico ou a milícias. O principal negócio desses grupos não é só a droga, é o domínio territorial e econômico. Fiz muitas operações de demolição quando fui subprefeita. Não é fácil, é perigoso, mas evitar atuar por medo só favorece o poder paralelo. 

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A senhora sofreu ameaças nesse período? Sim, houve ameaças, algumas registradas na delegacia e muitas anônimas nas redes sociais. Chegou-se até a oferecer dinheiro para que eu não atuasse — práticas que infelizmente acontecem na política corrupta. Sempre atuei de forma correta e dentro da lei. Acredito que, se pararmos por medo, deveremos escolher outra profissão. 

Além da segurança, que outras demandas têm sido recorrentes na cidade? A principal demanda que recebo é por ordem pública: moradores querem espaços mais bem cuidados, com calçamento em dia, iluminação adequada. São ações simples, mas que impactam diretamente a sensação de segurança. Outra pauta recorrente, infelizmente, é a violência contra a mulher. Tenho recebido muitas denúncias de agressões e, mesmo sem ter todas as competências legais para resolver, posso atuar como ponte: divulgar os casos, orientar, encaminhar para os serviços certos. Meu gabinete está sempre aberto e quero que as mulheres se sintam acolhidas, seguras e ouvidas.

Como é, para a senhora, ser mulher na política? Na Câmara, somos apenas dez em um total de 51 vereadores. É um número desproporcional. A realidade é dura: muitas vezes, mulheres não votam em mulheres. Quero mudar essa mentalidade e mostrar que não é “mimimi” exigir igualdade de espaço e respeito. Eu me defino como uma mulher sem “mimimi”, mas sei que existe machismo, sim, e ele aparece em todos os ambientes de poder. O olhar é diferente: se um homem bate na mesa numa reunião, está se impondo; se uma mulher faz o mesmo, é chamada de histérica. 

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“A política deve estar presente na rua”

E quanto ao futuro político? A senhora pensa em disputar outros cargos? Muita gente me pergunta se serei candidata à deputada no próximo ano, mas ainda não parei para pensar nisso. Não entrei na política para enriquecer, entrei porque sou apaixonada pela cidade, a ponto de tê-la tatuada. Meu objetivo é fazer diferença e ajudar a mudar o Rio, inclusive combatendo marginais que estão dentro da política. Esse é o meu compromisso.

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