Quem foi Cristina Leonardo, advogada e ativista morta aos 68 anos
Segundo amigos, ela estava internada no Miguel Couto para uma cirurgia no joelho, por conta de uma queda, mas acabou sofrendo três paradas cardíacas

Ativista e defensora de direitos humanos, a advogada Cristina Leonardo, morreu nesta segunda (20), aos 68 anos, no Rio de Janeiro. Ela foi coordenadora da ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes e defendeu os direitos de sobreviventes de chacinas como a de Acari (1990), da Candelária (julho de 1993) e de Vigário Geral (agosto de 1993).
Em nota, a direção do hospital Miguel Couto, onde ela estava internada, informou que Cristina Leonardo deu entrada na unidade no domingo (19), já em estado grave, com histórico de insuficiência cardíaca e outras complicações: “Apesar de todos os esforços da equipe médica para reverter o quadro, a paciente infelizmente faleceu nesta segunda-feira”.
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Segundo amigos, ela estava internada no Miguel Couto para uma cirurgia no joelho, por conta de uma queda. Mas acabou sofrendo três paradas cardíacas e não resistiu.
Presidente da associação de familiares das vítimas da chacina da Candelária, Iracilda Toledo, que conheceu Cristina quando tinha acabado de perder o marido na matança cometida por policiais militares, afirmou que Cristina foi uma grande amiga e parceira na defesa dos direitos humanos.
“Perdemos minha grande amiga, minha irmã. Uma advogada incomparável, não tem como explicar, expressar o que ela era para todos nós. Tudo que eu sei hoje eu agradeço à Cristina Leonardo”, disse Iracilda ao G1.
Um dos responsáveis pela apuração na PM das chacinas de Acari, Candelária e Vigário Geral, o coronel reformado da PM Valmir Alves Brum declarou que Cristina foi fundamental para a elucidação dos casos:
“Foi primordial para que as polícias Civil e Militar pudessem penetrar nas camadas mais humildes da população carioca, buscando confiabilidade e atuação, a fim de desvendar inúmeros crimes. Ela trabalhava em prol das pessoas, buscando quebrar os ciclos da impunidade e da injustiça”, resumiu.
O velório da ativista será realizado no Cemitério do Caju nesta quinta. O corpo será cremado. Cristina deixa um filho.