Quais são os bairros com aluguel comercial mais caro no Rio
Dados do Índice FipeZAP no mês de abril apontam Leblon como região mais cara da cidade, seguido por Ipanema e Botafogo

Uma pesquisa divulgada na semana passada pela FipeZAP revelou quais são os alugueis comerciais mais caros do Rio. Realizado em abril deste ano, o estudo analisou 5 518 anúncios online espalhados por toda a cidade. As duas regiões no topo da lista não são surpresa: Leblon e Ipanema, respectivamente.
O líder tem a média de R$ 213,89 por metro quadrado, a mais caro do país, enquanto do outro lado do canal do Jardim de Alah o valor ficou em R$ 123,41. Comparado à locação mais cara de São Paulo, Itaim Bibi, o Leblon é 2,5 vezes mais custoso. Os dados apresentam parâmetro geral do comportamento de preços e não avaliam variáveis como o tempo de uso do imóvel ou o estado físico dele, por exemplo.
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O valor de aluguel é um ponto essencial no mix financeiro que determina o sucesso de um empreendimentos. Nos bairros nobres da cidade, a pressão causada pelos valores dos aluguéis sobre os restaurantes tem sido especialmente forte recentemente. A casa asiática Si-chou, em Ipanema, que entre os sócios o chef Elia Schramm, nome por trás do italiano Babbo Osteria, no mesmo bairro, e o Jurubeba, em Botafogo, fechou as portas. Em entrevista para O Globo, Shramm revelou que um dos motivos foi o alto custo de aluguel e IPTU, que combinados eram de R$ 70 000 mensais.
“O fechamento de um restaurante nunca se deve a um único fator. Com um aluguel desses, o restaurante precisa faturar mais de R$ 1 milhão por mês, no mínimo, de preferência R$ 1,4 milhão. Neste caso, é impossível montar uma proposta que não se traduza em alto volume de frequentadores”, explicou.
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O empreendimento era em uma região extremamente nobre: na Rua Barão da Torre, entre as ruas Maria Quitéria e Garcia D’ávila, próximo à Praça Nossa Senhora da Paz. Na mesma área, o Boka, que ficava na esquina da Barão da Torre com a Garcia D’Ávila, fechou as portas depois de um ano de funcionamento pelo mesmo motivo: R$ 60 000 cobrados de aluguel.
“Tentamos negociar um valor que viabilizasse a nossa operação, mas os proprietários do imóvel foram irredutíveis. — A localização é excelente, mas aquele imóvel só acomoda 40 pessoas. Com um aluguel daquele tamanho, as contas não fecham”, revelou a sócia do Boka, do Sushi Leblon e do Nola Bianca Gayoso ao jornal O Globo.
Apesar dos valores elevados, Ipanema teve uma leve redução de 5% no preço dos aluguéis em comparação ao mês de abril em 2024. Em contrapartida Botafogo, o terceiro colocado, passou por um aumento de 19,6% e o custo das locações comerciais no Leblon cresceu 15,4%. Os percentuais estão bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período: 5,53%. Na média geral, os índices da cidade foram mais próximos, de 5,73%.
Em entrevista ao jornal, o presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio), Fernando Blower, explicou que o impacto dos alugueis em bairros nobres pode ser realmente significativo, mas há uma grande variação dependendo do bairro. “O ramo de bares e restaurantes está presente na cidade inteira, desde o subúrbio e comunidades até áreas nobres. Por isso, é difícil falar sobre o tema sem levar em conta essa complexidade. Depende muito do perfil de cada região e da dinâmica entre oferta e demanda de imóveis”, concluiu.
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Segundo ele, o reajuste de preços no fim da pandemia é uma das razões para o agravamento do problema. Blower crê que busca por áreas menos exploradas economicamente da cidade, como o Centro, podem ser um movimento. “Há muitos imóveis vazios. Lá, o movimento é o oposto: os proprietários acabam baixando os preços ou oferecendo condições melhores para atrair inquilinos — disse para O Globo.
Desenvolvido por meio de uma parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o portal ZAP Imóveis), o Índice FipeZAP é um indicador que acompanha a evolução dos preços de imóveis anunciados para venda e locação nas principais cidades do Brasil. Confira os 10 bairros com alugueis comerciais mais caros do Rio de Janeiro:
- Leblon: R$ 213,89 /m²
- Ipanema: R$ 123,41 /m²
- Botafogo: R$ 81,27 /m²
- Barra da Tijuca: R$ 48,37 /m²
- Recreio dos Bandeirantes: R$ 40,30 /m²
- Tijuca: R$ 38,00 /m²
- Copacabana: R$ 37,14 /m²
- Campo grande: R$ 35,05 /m²
- Méier: R$ 27,04 /m²
- Centro: R$ 18,20 /m²