Como operava quadrilha que alugava carros de luxo para vender a milícias
Bandidos clonavam a chave, instalavam rastreador para localizar o veículo após a devolução e furtá-lo
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta (18), sete integrantes de uma quadrilha que furtava carros de luxo de locadoras no Rio. Os bandidos alugavam o veículo, clonavam a chave, instalavam rastreador para localizá-lo após a devolução e o vendiam a milicianos e até para outros países. Do ano passado para cá, 42 carros foram levados pelo bando, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 4 milhões. Segundo a polícia, modelos avaliados em mais de R$ 100 mil eram oferecidos por R$ 15 mil nas redes sociais. Até o início da tarde, quatro veículos foram apreendidos.
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Entre os presos, está Jenifer Carolina Leite, que foi conduzida junto com a mãe para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte. Na casa delas, uma arma falsa foi encontrada. Os outros criminosos detidos foram identificados como Cláudio Lucas da Silva, Gabriel da Silva dos Santos, João Victor Costa, Luan Rafael de Souza, Roberto Jorge de Andrade e Wallace Carvalho da Cunha. “O bloqueio de bens desses integrantes foi determinado pela Justiça e nós estamos, com isso, tentando fazer com que os ativos sejam recuperados para poder o ressarcimento das vítimas seja alcançado”, disse ao jornal O Dia o delegado titular da 21ªDP (Bonsucesso), Álvaro Gomes.
Os agentes da 21ª DP saíram para cumprir 10 mandados de prisão e 23 de busca e apreensão contra a quadrilha, em Campo Grande e Jacarepaguá, na Zona Oeste, na Operação Reditus – que em latim significa retorno/retribuição. Entre os sete presos até o fim da manhã desta quinta (18) está o chefe da quadrilha. Ele foi encontrado em casa, em Campo Grande. A investigação começou em outubro de 2023, após a polícia encontrar três desmanches na região. Na ocasião, os investigadores encontraram seis homens retirando peças de vários carros. Alguns dos integrantes da quadrilha já haviam sido presos em flagrante entre 2022 e 2023 por furtos de automóveis alugados em locadoras.
Depois de alugar o veículo, os bandidos o levavam para endereços de outros integrantes da quadrilha, onde era instalado um rastreador. Depois, eles iam até um chaveiro integrante da quadrilha para fazer uma chave reserva do carro. Em seguida, o veículo era devolvido, e os criminosos passavam a monitorá-lo, até que o carro fosse alugado novamente, por alguém sem ligação com os criminosos. Com o rastreamento em tempo real, os ladrões aguardavam o melhor momento para o furto, utilizando a cópia da chave, geralmente quando o veículo estacionado em locais públicos e de grande circulação.
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Após roubados, alguns automóveis eram clonados e revendidos até para outros estados e para fora do Brasil, a preços bem abaixo do mercado. Um dos destinos era o Paraguai. De acordo com a Polícia Civil, os criminosos tinham ligação com uma milícia que atua em Campo Grande, fornecendo aos milicianos veículos clonados. Os paramilitares pagavam os valores em armas e dinheiro. Já outros carros eram encaminhados para desmanche, tendo as peças retiradas e comercializadas. Os bandidos também faziam cópias de manuais, chaves reserva e carimbos de concessionárias.