Projeto Aruanã: informações sobre tartarugas em ritmo acelerado no Rio
Monitoramento iniciado no ano passado traz dados sobre os quelônios que vivem na Baía de Guanabara que não foram acumulados em décadas

O conhecimento sobre as tartarugas que vivem na Baía da Guanabara — há anos andando a passos de cágado — deu uma boa acelerada. Desde que o Projeto Aruanã passou a fazer um monitoramento, em junho de 2024, vem sendo possível saber mais sobre elas do que em décadas. De lá para cá, 142 quelônios foram identificados e passaram por um check-up com medições e exames de sangue. As amostras estão sendo analisadas pela Uerj, que elabora um estudo genético do grupo.
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Do total, 43% têm sinais de uma doença que pode estar relacionada à poluição: a fibropapilomatose, provocada por um vírus parecido com o da herpes humana. “É mais ou menos o índice encontrado nas de Itaipu, em Niterói, mas na baía esse mal aparece mais cedo e a quantidade de tumores é maior”, diz a bióloga marinha Suzana Guimarães, coordenadora geral do Aruanã (nome em tupi da tartaruga-verde, a mais comum por aqui).
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Apaixonada por esses animais marinhos desde criança, ela não encontrou pesquisadores dedicados ao tema no Rio.
Então buscou conhecimento in loco, acompanhando um professor que pesquisava peixes em Itaipu. “Juntei-me ao grupo, porque sempre vinham tartarugas na rede de arrasto. Ai fazia a medição e tirava fotos. Outros estudantes se interessaram, e o grupo foi crescendo, até formalizarmos o projeto, em 2012”, relembra ela. Nascia ali uma referência no assunto.