Professor preso por estupro na Zona Oeste já tinha histórico de assédio
Relatório da 42ª DP aponta que educador pediu demissão de uma escola no Jardim América após ter sido denunciado por mães de alunas e confrontado
O professor preso em 13 de outubro por estupro de vulnerável contra alunas de um colégio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, já havia deixado outra instituição de ensino em 2021, após suspeita de assédio a uma estudante. Segundo a Polícia Civil, o caso anterior ocorreu no colégio Futuro Vip, no Jardim América. Uma aluna do 6º ano relatou à coordenação que o educador a abraçava de forma excessiva e mexia em seus cabelos sem o seu consentimento. Ao ser chamado para prestar esclarecimentos, ele negou as acusações e pediu demissão da escola, conforme o relato de uma das coordenadoras à 42ª DP (Recreio).
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Durante as investigações que levaram à prisão, funcionárias do colégio Futuro Vip foram ouvidas e relataram os episódios ocorridos em 2021. A delegada assistente da 42ª DP, Talita Stivanello, responsável pelo caso, destacou que a denúncia anterior poderia ter evitado novos crimes, caso tivesse sido comunicada às autoridades. “Descobrimos que em 2021 uma aluna já havia relatado comportamento inadequado pelo investigado — ato libidinoso — que, caso tivesse sido noticiado à Polícia Civil, certamente teria evitado a reiteração da conduta por parte dele”, afirmou. O colégio Futuro Vip foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Denúncias e apuração da conduta escolar
De acordo com a polícia, o professor foi indiciado por estupro de vulnerável contra diversas alunas menores de 14 anos. As investigações começaram depois que mães de estudantes do Colégio Tamandaré procuraram a delegacia, motivadas por relatos das próprias filhas. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio, o professor demonstrava sinais de excitação diante de alunas de 12 anos e teria feito movimentos que indicavam masturbação durante uma atividade escolar. Ele foi preso em casa, em Irajá, na Zona Norte, e teve um celular e um notebook apreendidos.
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O diretor do Colégio Tamandaré, Álvaro Midea Júnior, prestou depoimento à polícia e disse ter ficado “perplexo” com as acusações. Ele afirmou que tomou conhecimento do caso em 1º de outubro, ao receber uma carta escrita pelas alunas, e que afastou o professor no mesmo dia. A delegada informou que a conduta do diretor será apurada em inquérito separado. Em nota, a escola declarou que colaborou com as autoridades e que o afastamento ocorreu assim que a direção foi informada. Após a publicação da reportagem, a instituição reiterou que o professor foi afastado 13 dias antes da decretação da prisão preventiva.
As alunas que denunciaram o comportamento do professor escreveram cartas relatando os episódios e assinaram como “desconhecidas”. Segundo pais de estudantes, o professor ainda teria dado aulas por alguns dias após as denúncias, o que gerou indignação entre responsáveis e alunas. A direção nega e afirma que ele foi afastado imediatamente. A mãe de uma das vítimas contou que decidiu transferir a filha de escola após o caso. “Ela não tem dormido direito, tem feito questionamentos. Era muito feliz, muito falante. Depois disso, não tem mais essa alegria”, disse.
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