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Produtores de orgânicos registram lucros com migração para vendas on-line

Neste período de confinamento, o balanço das vendas foi positivo, graças ao engajamento dos cariocas

Por Giuliana James*
Atualizado em 14 jul 2020, 17h41 - Publicado em 6 jul 2020, 13h35

Há mais de 100 dias sem pontos de venda físicos para suas colheitas, os produtores de orgânicos que abastecem as feiras orgânicas cariocas comemoram. De um dia para outro, tiveram que aprender a vender e entregar diretamente aos consumidores. Para sorte deles, o balanço das vendas on-line foi positivo, graças ao engajamento dos cariocas. “Os clientes foram muito solidários. Assim que acabaram as feiras, eles nos buscaram e muitos se mantiveram fiéis: toda semana compram. Conseguimos pagar todas nossas contas e despesas com essas vendas, está tudo equilibrado”, comemora Ailton Lima da Ponte, sócio do irmão Matias no Sítio Tapera, desde 1978 em Petrópolis.

Sítio Tapera: hortas compõem a produção (Sítio Tapera/Divulgação)

Ailton afirma que, apesar da dificuldade de adaptação enfrentada nas primeiras semanas, este novo modelo de vendas agradou muito no fim das contas: “No início tivemos muita dificuldade. Quando saiu o decreto proibindo feiras, fomos pegos de surpresa porque já estávamos com os produtos todos colhidos para vender na feira, mas tínhamos zero logística de entrega em domicílio e venda on-line. Até nos organizarmos, tivemos uma primeira quinzena bem difícil. Mas aos poucos fomos nos adaptando e acabamos descobrindo que nesse modelo de venda o lucro é maior, porque temos lucro sobre tudo aquilo que colhemos. A feira tem a sobra dos produtos, a contratação de pessoal para ajudar, pagar barraca, mais gasto. A venda atual é feita pelo nosso pessoal com uma taxa de entrega”.

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As redes sociais foram as grandes aliadas desses produtores que precisaram transferir seu modelo de venda física para on-line com entrega em casa. Para Anitta Carpenter, que revende na Ni Orgânicos produtos de agricultores da Região Serrana, a recuperação não foi de um dia para o outro. Ela precisou se adaptar para fazer a divulgação – por e-mail, WhatsApp e Instagram. Mas, depois que pegou o jeito, as vendas cresceram: “Estávamos acostumados com um volume reduzido de vendas on-line, porque a maioria era feita nas feiras mesmo. Tivemos que melhorar nosso sistema de divulgação dos produtos disponíveis na semana, facilitar a comunicação com os clientes pelos meios mais convenientes para eles e conseguir entregadores devido à demanda. Estamos entregando 10 vezes mais do que antes”.

Anitta Carpenter: à frente do Ni Orgânicos (Ni Orgânicos/Divulgação)

Semanalmente é enviada uma planilha com uma lista de produtos disponíveis, por e-mail e WhatsApp, e fotos são adicionadas ao perfil do Instagram, para que o cliente possa ver o produto. “A entrega se tornou um serviço essencial para o cliente que consome orgânicos de forma rotineira, já que não podia mais frequentar as feiras. E, como muitos já nos conheciam das feiras, passaram a pedir a entrega para seus produtores conhecidos”.

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Fabiana Sardinha e o marido, Ricardo Terzella, do Meu Amigo Tem um Sítio, rede que conecta pequenos produtores de orgânicos de todo o estado e também de Minas Gerais a famílias do Rio e Niterói, acabaram ganhando impulso com os novos hábitos de consumo virtual em que já vinham apostando. Antes da pandemia, o casal já estava desenvolvendo um aplicativo de vendas. Com o início da quarentena e o aumento das vendas, correram para lançar o app, que ficou pronto em abril. “Lá anunciamos as cestas da semana com os alimentos que os produtores nos disponibilizam, aquilo que eles têm de melhor na roça, e os clientes podem então escolher os alimentos e montar a sua cesta”, explica Fabiana.

Fabiana Sardinha: sócia do marido no Meu amigo tem um sítio (Marina Duque/Divulgação)

Ela acredita que as vendas aumentaram graças à corrente de solidariedade aos produtores, aliada a uma tendência de buscar uma vida saudável: “A procura por entrega em domicílio de alimentos aumentou bastante. As vendas mais que dobraram, e os produtores estão se esforçando para conseguir atender a tantas famílias que vêm se preocupando cada vez mais com alimentação saudável, livre de agrotóxicos, sabendo de onde vem o seu alimento e priorizando a comodidade e a segurança da entrega em domicílio. Tudo é colhido e preparado para nós e chega muito fresco”, acrescenta Fabiana.

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No novo cenário, novas formas de venda. Para lidar com isso, Fabiana contou que eles tiveram que seguir também novas medidas de segurança e higiene, abandonando, por exemplo, as sacolas retornáveis que costumavam incentivar: “A entrega é em sacolas descartáveis, uso de máscaras e de álcool em gel e na portaria, sem contato. O alimento que entregamos vem direto do produtor, sabemos a origem de todos e anunciamos o nome no aplicativo de compras. Isso atualmente é essencial para garantir a segurança e a higiene”.

Serviço:
Sítio Tapera: 24 99266-7301
Ni Orgânicos: niorganicos@gmail.com, 21 99624-9640 e Instagram
Meu Amigo Tem Um Sítio: Pedidos pelo site

* Giuliana James, estudante de Jornalismo da PUC-Rio, sob orientação de professores do curso e com revisão final da Veja Rio

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