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Presos pela Lava-Jato lançam candidaturas a deputado estadual e federal

Tribunal Regional Eleitoral do Rio decidirá sobre a condenação dos réus; já inelegíveis, dois políticos fluminenses são cabos eleitorais de parentes

Por Da Redação
Atualizado em 26 ago 2022, 12h41 - Publicado em 25 ago 2022, 16h06
Alerj
Alerj: projeto de lei em análise é de autoria do deputado estadual Carlinhos BNH (PP), e tem 15 parlamentares como coautores: sete do PL, quatro do União, e os demais são do PP, PMB, Podemos e Patriotas. (Léo Lemos/Veja Rio)
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Oito políticos fluminenses presos em 2018 durante a operação Furna da Onça, braço da Lava-Jato no Rio, vão concorrer a cargos de deputado estadual e federal nas próximas eleições, em outubro. Amparados por recursos judiciais, todos ainda estão sob investigação — os processos hoje tramitam na Justiça Eleitoral. Dos 13 políticos que foram alvos de mandados de prisão à época da força-tarefa, seis, mesmo detidos, chegaram a assumir postos como deputados na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) — a Furna da Onça ocorreu em novembro, um mês depois de eles terem sido eleitos.

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Todos os presos na ocasião buscam se reeleger ou garantir uma vaga na Câmara dos Deputados e são apoiadores do governador Cláudio Castro (PL), que também é candidato à reeleição. Usando um novo nome, o presidente do PTB no Rio, antes conhecido como Neskau, agora concorre como Marcus Vinícius. Deputado estadual, alinhado a Bolsonaro, ele quer chegar a federal. Seu colega na Alerj André Corrêa, do Progressistas, busca a reeleição. Ele estava cotado para ser candidato pelo União Brasil, mas mudou de partido no início do ano e faz campanha aliado ao pai, Andre Luiz Antônio, postulante a deputado federal pela mesma legenda.

Também do Progressistas, mais dois ex-detentos da Lava-Jato têm a Alerj como objetivo: Marcelo Simão, solto uma semana após a operação, tenta se manter por lá, e o ex-secretário de Governo da gestão de Luiz Fernando Pezão, Affonso Monnerat, tenta entrar na assembleia. Monnerat foi beneficiado com um habeas corpus no fim de 2019 e, diferentemente da maioria do grupo investigado, preferiu ficar ao lado do candidato do PT, André Ceciliano, ao Senado. Outro que se ligou ao petista foi o candidato a deputado estadual do Solidariedade, Chiquinho da Mangueira. No quinto mandato na Alerj, ele também trocou de partido para estas eleições: à época da Lava-Jato, era do PSC. O ex-policial militar Coronel Jairo também tentará vaga na Alerj pelo Solidariedade. Completam a lista de candidatos presos pela Furna da Onça Vinícius Farah, do União Brasil (ex-MDB), que tenta voltar à Câmara Federal; e Marcos Abrahão, do Avante, que disputará a reeleição na Alerj.

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A Operação Furna da Onça foi deflagrada em instância federal, mas hoje tramita na Justiça Eleitoral. A decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, não anulou as ações proferidas pela Justiça Federal. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidirá sobre a condenação dos réus. Dois políticos fluminenses já estavam inelegíveis por conta da Operação Cadeia Velha, também um desdobramento da Lava-Jato no estado, decidiram virar cabos eleitorais de parentes. O ex-presidente da Alerj Paulo Mello pedirá votos para a mulher, Franciane Motta (União), se reeleger deputada estadual; e Edson Albertassi quer abrir as portas da casa legislativa para o sobrinho, Betinho Albertassi (União Brasil). Ambos também foram indiciados na Furna da Onça.

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