Três homens são presos pelo assassinato do congolês Moïse em quiosque da Barra
Tropicália, na altura do Posto 8, teve a licença suspensa pela prefeitura do Rio nesta terça (1º) até que sejam apuradas as responsabilidades pelo crime
A Justiça decretou as prisões temporárias dos três suspeitos de terem espancado até a morte o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, na noite de 24 de janeiro, no quiosque Tropicália, na Barra. Fábio Pirineus da Silva, o Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, conhecido como Tota, foram detidos nesta terça (1º), na Delegacia de Homicídios da capital (DHC). As prisões foram decretadas no plantão judiciário noturno pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, após pedido feito pela DHC. Os três foram flagrados por câmeras de segurança espancando Moïse até a morte.
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“Frise-se, ainda, que as imagens comprovam toda a ação delituosa em seu mais alto grau de crueldade, perversidade e desprezo pela vida – o bem jurídico mais importante de todo ordenamento”, escreveu a promotora Bianca Chagas, que deu parecer favorável ao pedido de prisão e ressaltou a crueldade do crime. Nas imagens, os agressores aparecem dando socos, chutes e até golpes com pedaços de pau na vítima. Moïse, que veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político, morreu de traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. Ele trabalhava por diárias no quiosque e, segundo a família, foi vítima de uma sequência de agressões após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado. Seu corpo foi achado amarrado em uma escada.
O quiosque onde aconteceu o crime e outro, anexo (62 A e 62 B, na Avenida Lúcio Costa), tiveram suas licenças de funcionamento suspensas pela Prefeitura do Rio nesta terça (1°). Segundo a prefeitura, a suspensão permanecerá até que sejam apuradas, pelos órgãos responsáveis, as responsabilidades sobre a morte de Moïse. A prefeitura informou ainda que notificou a concessionária Orla Rio para que garanta a restrição temporária de funcionamento dos estabelecimentos.
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A Orla Rio já havia comunicado a suspensão da operação dos dois quiosques em nota. “A Orla Rio informa que, como detentora dos direitos da concessão pública dos dois quiosques que funcionam no mesmo ponto do ocorrido, suspendeu imediatamente as duas operações, que são terceirizadas, e solicitou esclarecimentos aos responsáveis”, diz o comunicado da concessionária. A empresa diz ainda que aguarda a conclusão da investigação policial, mas caso fique provada a culpa do operador do quiosque “vai rescindir unilateralmente o contrato que tem com ele, com a consequente retomada de posse do quiosque, bem como o ingresso de ação judicial própria para reparação das perdas e danos”.