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Clarice Falcão

Lançou o primeiro disco e logo foi indicada ao Grammy. Sintoma de que seu talento vai muito além das gags na internet

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 13h58 - Publicado em 11 dez 2013, 18h00
Tomás Rangel
Tomás Rangel (Redação Veja rio/)
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Sua faceta de atriz já conhecíamos bem. Desde 2012, ela é uma das (poucas) meninas que enfeitam os vídeos da irreverente trupe do Porta dos Fundos, fenômeno da internet que reúne figuraças como Gregorio Duvivier (seu antigo namorado, hoje marido), Fábio Porchat e Luís Lobianco. Nos filmetes, leva palmito na cara numa fila de fast-food, puxa corinhos politicamente incorretos no aniversário da colega de firma e, com humor nonsense, perdoa o companheiro que está tentando terminar o namoro. Com sua beleza fora do padrão vigente e um recorrente ar de moça ingênua, Clarice Falcão, 24 anos, vinha fazendo rir internautas e o público das TVs por assinatura. Em 2013, foi revelado mais um de seus talentos: a porção cantora foi posta à prova, em palcos Brasil afora, quando apresentou o show baseado no CD Monomania. No Rio, tocou em casas como o Solar de Botafogo e o Circo Voador, conquistando fiéis simpatizantes. E, glória maior até agora para uma artista com tão pouco tempo de estrada, viu-se indicada, em setembro, ao Grammy Latino, na categoria Revelação.

Nascida no Recife, ela veio para o Rio ainda menina. Filha do autor e diretor João Falcão e da escritora Adriana Falcão, foi aluna da Escola Parque e fez até a metade do curso de comunicação social na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). No meio do caminho, começou a roteirizar curtas e compor desenfreadamente. Quase sempre se utilizando de poucos acordes, tem recebido elogios por músicas como De Todos os Loucos do Mundo e Esqueci Você, além da faixa-título do álbum, em que diz, misturando influências que vão de Chico Buarque ao grupo paulistano Rumo, de Luiz Tatit: ?Já te fiz muita canção/ são quatro, ou cinco, ou seis, ou mais/ eu chego com um violão/ você só está querendo paz/ você desvia pra cozinha/ e eu vou cantando atrás/ hoje eu falei pra mim, jurei até/ que essa não seria pra você, e agora é?. Já existe material para um novo CD, mas Clarice parece manter os pés no chão. ?Eu me controlo para aproveitar o presente, não vou me estabanar?, diz. Frequentadora do Baixo Gávea e da Lapa, ela pode ser vista nas ruas do Alto Leblon, para onde se mudou neste ano, mas não nas areias do bairro. ?Não sou muito de praia?, assume esta pernambucana nascida na orla de Boa Viagem, crescida no Rio e, aparentemente, pronta para ganhar o mundo fazendo aquilo de que mais gosta (ainda criança, fazia piada entoando a sertaneja Pense em Mim no meio da sala, com uma escova de cabelo no lugar do microfone): cantar.

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