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Prefeitura e Fiocruz investigam surto de hepatite A no Vidigal

Nos últimos dias, 92 casos de suspeita da doença foram notificados no centro municipal de saúde do Vidigal, e 75 foram confirmados.

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 jan 2018, 13h28

A Prefeitura do Rio de Janeiro coletou água em diversos pontos da favela do Vidigal, na zona sul e enviou para a análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para identificar a fonte do surto de hepatite A registrado na comunidade. Nos últimos dias, 92 casos de suspeita da doença foram notificados no centro municipal de saúde do Vidigal, e 75 foram confirmados.

A análise deverá produzir resultado na próxima quarta-feira. Foram coletadas amostras de poços artesianos, tubulações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), fábricas de gelo e distribuidoras de água, além das casas onde os casos foram confirmados. O prefeito Marcelo Crivella visitou a comunidade na manhã de hoje (8) e pediu atenção às medidas de higiene que ajudam na prevenção da doença.

“Coletamos água em diversos pontos, e hoje a hipótese mais provável é que haja contaminação nas águas”, disse Crivella, que recomendou medidas como não consumir água de poços e lavar os alimentos com água fervida. “Temos que cozer bem os alimentos e lavar as mãos, sermos incansáveis nesses cuidados. O vírus pode ficar quatro horas na pele e mais tempo dentro da água”.

A prefeitura também recomendou a vacinação de crianças contra a doença, e Crivella contou que o município conversa com o Ministério da Saúde sobre a possibilidade de vacinar adolescentes e jovens adultos. Entre os casos já confirmados, a maioria é homens com 20 a 30 anos, e a prefeitura destacou que há uma preocupação grande com fábricas de gelo da região.

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“Tem muita preocupação com a fabrica de gelo. Normalmente, as pessoas usam água de torneira para fazer gelo, porque não trabalham com a hipótese de beber aquela água. Só que, ao lidar com o gelo, as pessoas se contaminam na mão e vão transmitir para outras pessoas que podem cumprimentá-las”, disse. O secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos, explicou que diversas hipóteses estão sendo analisadas e reforçou que a principal medida a ser tomada é não consumir água de poços nem de fontes de procedência desconhecida. Ele disse que o número de casos chamou a atenção porque, nos últimos sete anos, foram identificados casos esporádicos de hepatite A na comunidade.

“Houve um aumento significativo de casos. Não é uma epidemia de hepatite A, é um surto localizado no Vidigal”.

Com três casos na família, a advogada Vânia Fagundes, de 54 anos, procurou o Centro Municipal de Saúde Dr. Rodolpho Perissé para vacinar dois netos. As crianças já estavam vacinadas, mas, com a proximidade de pessoas infectadas, a advogada quis saber se não era possível reforçar a imunização.

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“Só na minha família já têm três pessoas que contraíram essa doença. Minha tia de 70 anos, minha sobrinha de 20 anos e um rapazinho de 15 anos. A gente consome a mesma água, que é água encanada que vem da rua”, disse a avó.

A neta mais velha, de 12 anos, recebeu uma segunda dose da vacina. O mais novo, com  três anos, foi considerado imunizado com a dose que já havia tomado antes. Mesmo assim, a recomendação  é ter cuidado. “Disseram para se precaver fervendo ou comprando a água, mas a gente compra sem saber da procedência. A gente fica preocupado”.

Durante a visita do prefeito, moradores da comunidade reclamaram de problemas no posto de saúde. O prefeito reconheceu que há problemas de manutenção no posto de Saúde, como o ar condicionado quebrado, mas disse que não faltam medicamentos.”Temos problemas de manutenção. O Rio de Janeiro atravessa uma crise tremenda. São fatores adjacentes que vamos cuidar. Hoje, o mais importante é tratarmos esse surto de hepatite”, disse Crivella.

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