Depois de área no Gasômetro, Paes desapropria o Moinho Fluminense
A prefeitura decidiu não comprar o imóvel, mas oferecê-lo em leilão a novos investidores, com base no novo Plano Diretor da cidade
Ao desapropriar uma área na região do Gasômetro para viabilizar a construção do estádio do Flamengo, o prefeito Eduardo Paes resolveu também começar o processo de desapropriação de cinco terrenos que compõem o antigo Moinho Fluminense, também na Zona Portuária do Rio.
Somados, os terrenos têm cerca de 10000 metros quadrados e o imóvel, construído em 1887, é tombado pelo município.
Segundo Paes, a decisão se deve à demora para que um projeto urbanístico saísse do papel ali e o Moinho é vital para revitalizar a área do Porto Maravilha.
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O imóvel, histórico, está vazio desde 2015, quando a fábrica que lá funcionava mudou-se para a Baixada Fluminense. Nos últimos nove anos, o local teve dois proprietários diferentes, mas os planos de renovação não avançaram.
Inicialmente, a Vinci Partners construiria ali torres comerciais, enquanto os antigos silos de armazenamento de trigo virariam um hotel-boutique.
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Em 2019, a Autonomy Investimentos adquiriu os terrenos, com a intenção de criar um misto de residencial e comercial. A empresa chegou a contratar um escritório de arquitetura de Nova York, especializado em remodelar antigas plantas industriais do Brooklyn, mas também não seguiu com o projeto, já que havia aprovado parcialmente um projeto conceitual para o espaço junto ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
‘‘Enquanto não obtém a aprovação total, a Autonomy Investimentos apoiou a organização de diferentes ativações socioculturais e comerciais no local, em parceria com moradores e instituições locais. Tais iniciativas, que contribuíram para a revitalização de toda a região, demonstram o compromisso de transformar o Moinho Fluminense em um polo econômico e cultural para a cidade’’, afirmou a empresa em nota.
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Localizado entre o Boulevard Olímpico e a Praça da Harmonia, o terreno do moinho é considerado estratégico para o desenvolvimento do Porto Maravilha.
Após avaliação do preço da área, a prefeitura decidiu não comprar o imóvel, mas oferecê-lo em leilão de hasta pública para novos investidores, que pagariam ao atual proprietário.
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A hasta pública é um mecanismo previsto pelo novo Plano Diretor em situações nas quais o poder público manifesta interesse por uma área, seja para desenvolver projetos urbanísticos ou para regularização fundiária.
Esse modelo será usado para desapropriar o terreno de um fundo imobiliário da Caixa Econômica Federal no Gasômetro, para a construção do futuro estádio do Flamengo.