Caso Monark: podcast não poderá mais transmitir Campeonato Carioca
Após apologia ao nazismo, Ferj rompe contrato de transmissão com a produtora do Flow Sport Club
O contrato da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) com a Estúdios Flow, uma das empresas responsáveis pela transmissão de 16 jogos do Campeonato Carioca 2022, foi rompido nesta terça (8), após uma fala com apologia ao nazismo feita no programa Flow Podcast.
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“A Ferj, defensora da igualdade, do respeito e contrária a qualquer tipo de preconceito, anuncia o rompimento do contrato com o Estúdios Flow, responsável pelo podcast Flow Sport Club que transmitia jogos do Campeonato Carioca de 2022, por apologia ao nazismo”, disse em nota.
Durante uma entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), veiculada na segunda (7), um dos apresentadores do podcast defendeu a existência de um “partido nazista” no país. “Eu acho que o nazista tinha que ter o Partido Nazista reconhecido pela lei”, afirmou Bruno Aiub, 31 anos, mais conhecido na internet como Monark.
Mesmo após a deputada Tabata responder ao podcaster que o nazismo oferece risco à população judaica, Monark insistiu no seu posicionamento: “Se o cara quiser, ele tem direito de ser anti-judeu”, disse.
No Brasil, veicular símbolos do nazismo para fins de divulgação é considerado crime. O regime nazista, comandado na Alemanha pelo ditador Adolf Hitler entre as décadas de 30 e 40, defendia princípio de” superioridade” da raça ariana, promovendo o extermínio de judeus, pessoas negras e LGBTQIA+. No período do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial, estima-se que 6 milhões de judeus foram mortos pelo governo nazista.
Após a repercussão da fala na internet, que se tornou o assunto mais comentado nas redes sociais, a Flow anunciou o desligamento do sócio e apresentador. “Reforçamos nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi retirado do ar. Comunicamos também a decisão que a partir de agora, o youtuber Bruno Aiub, o Monark, está desligado do Estúdios Flow”, afirmou a empresa nesta terça (8).
Empresas patrocinadoras do programa também foram pressionadas a se declararem sobre a polêmica. A Flash Benefícios, que apoiou o último episódio veiculado, fez um comunicado em sua conta no Instagram afirmando que deixará de patrocinar os programas dos estúdios.
“Reforçamos que todo e qualquer tipo de opinião jamais pode ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de um grupo da sociedade. Diante de absurdos como esse, é preciso agir e, desta forma, solicitamos o encerramento formal e imediato da nossa relação contratual com os Estúdios Flow”, disse.
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Marcas como Puma, iFood, Finclass e Mondelez Brasil também já se pronunciaram pedindo a desvinculação das suas imagens como patrocinadoras de episódios do podcast.
Em um vídeo nas redes sociais, Monark tentou se defender afirmando que estava sob efeito de álcool durante a gravação e pediu desculpas à comunidade judaica. “Eu fui defender uma ideia, que é uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, nos Estados Unidos por exemplo, mas eu falei de um jeito muito burro, eu estava bêbado, e falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica”, afirmou.
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Esta não é a primeira polêmica relacionada ao ex-apresentador por sua conduta. Em 2021, ele questionou no Twitter se “ter uma opinião racista é crime”, além de ter comparado o ato de expressar um posicionamento homofóbico com o direito de alguém dizer que gosta de refrigerante.