PMs que faziam segurança de Rogério Andrade cumpriam ‘código de conduta’
Segundo o Ministério Público do Rio, o contraventor gastava mais de R$ 207 mil por mês com seu "exército" pessoal
O grupo de policiais militares de patente diversas, que recebiam salários de até R$ 7,6 mil para acompanhar e proteger o contraventor Rogério Andrade e seus familiares, seguiam cartilha rígida de horários, tarefas e o modo de se vestir, exigências do patrão que é investigado por crimes diversos.
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A denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) inclui informações de que os seguranças também agiam como um “exército particular”, com armamento próprio e realizando missões como guerras, rondas e abordagens.
Agentes do MPRJ e da Corregedoria da Polícia Militar prenderam 18 PMs nesta quarta (20), apontados como segurança de Rogério, todos denunciados por organização criminosa. Do total de 36 seguranças pessoais que atuavam na proteção da família Andrade, 14 faziam parte do núcleo de confiança do bicheiro e trabalhavam no período da noite. Eles integravam o grupo de troca de mensagens por aplicativo batizado de Vampiros.
Entre as preocupações de Rogério Andrade está a apresentação de seus seguranças durante o serviço. Para trabalhar na proteção do bicheiro, o policial precisava usar sapato, calça e camisa social. Em uma mensagem enviada pelo policial Marcos Antônio Alle Teixeira no grupo Vampiros, a ordem do chefe fica clara:
“Boa noite a todos. Não tenho nada a ver com a vida de ninguém. Porém, todos sabem como tem que se vestir aqui. Sapato, calça e camisa social. Hoje ele (Rogério) me questionou que tem visto o pessoal caindo o padrão“.
Outra mensagem enviada no grupo mostra que o bicheiro mantém preocupação com ataques de inimigos. De acordo com um aviso postado pelo policial Valdir Campos Júnior, conhecido como JR. Play, o momento de maior perigo é à noite, quando os rivais podem tentar “pegar o 01”. Ele alertou: “Pro pessoal da noite que acha que depois de uma certa hora vai dormir: quem dorme só tem direito a sonhar! Ele paga pra trabalhar!“
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Segundo a denúncia do MPRJ, o bicheiro Rogério Andrade gastava mais de R$ 207 mil por mês com sua segurança pessoal.