Quem era Playboy da Curicica, morto em operação policial na Maré

Miliciano que se aliou ao tráfico para evitar perder territórios, Leandro Xavier da Silva estava em um bunker de traficantes na Vila dos Pinheiros

Por Da Redação
30 jun 2023, 13h08

Playboy de Curicica — Playboy da Curicica: Leandro Xavier da Silva estava com traficantes da Maré, mas continuava atuando como miliciano na Zona Oeste. (Redes sociais/Reprodução)

Leandro Xavier da Silva, o Playboy da Curicica, foi morto nesta quinta (29), após uma ação da Polícia Civil na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré. O miliciano estava no local após se associar a traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) para evitar perder territórios em que atuava na Zona Oeste da cidade. “Mesmo de longe, ele continuava sendo o líder do grupo que age em Curicica praticando homicídios, extorsão, venda de produtos, agiotagem e usurpação de solo urbano”, disse o delegado Mauro César, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A operação que culminou com a morte de Playboy e seu segurança, Ivert Leone Ramos Ferreira, foi planejada por dois meses e teve apoio ainda da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Playboy e Ivert reagiram, foram baleados e morreram no hospital.

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Playboy também estava no radar da polícia e era investigado por homicídio qualificado, tortura, formação de milícia e organização criminosa, além das práticas de coação e achaque, comuns na milícia. Segundo os agentes, o miliciano também estava chefiando roubos de cargas valiosas. No dia 12 de junho, uma carga importada de medicamentos foi roubada na Avenida Brasil, em Bonsucesso, e causou um prejuízo de 800 mil reais. Em maio de 2021, ele e outras seis pessoas foram citados em um processo judicial sobre o crime de tortura contra um homem na Gardênia Azul. Ele teria sido tirado de casa e espancado durante 40 minutos no meio da rua. O miliciano atuava ao lado de Cláudio Paulo Cristovam e ainda recebia ordens de André Costa Barros, o Boto, preso em março de 2021, mas que seguia exercendo sua liderança da cadeia, até ser transferido para uma unidade federal.

Em maio de 2022, Playboy quase foi preso pela Draco quando estava em uma boate na Barra. Na ocasião, um policial militar fez disparos para ajudar na fuga de Playboy, segundo as investigações. O grupo do criminoso atirou ainda três granadas, que não explodiram, contra os agentes. Em junho do mesmo ano, a Draco tentou novamente prender Playboy, mas cúmplices dele atiraram contra os agentes e um disparo atingiu a cabeça de Alice Rocha, de 4 anos, quando ela e a mãe compravam pipoca, em Curicica. A menina ficou internada durante 40 dias, passou por duas cirurgias, mas conseguiu se recuperar.

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Em agosto de 2022, Playboy foi localizado por policiais civis em Curicica, quando dirigia uma caminhonete, e foi preso em flagrante. Ao deixar a prisão e com territórios na Zona Oeste sendo cobiçados por traficantes do Comando Vermelho, se afastou de Zinho e se aliou ao traficante do Terceiro Comando Edmilson Marques de Oliveira, conhecido como Homem de Ferro. Juntos, promoveram confrontos contra grupos rivais e levaram pânico a moradores da Zona Oeste, em janeiro de 2023.