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Plano Verão da prefeitura inclui obras para evitar enchentes na cidade

Órgão investiu R$ 3,3 bilhões no preparo da cidade para os impactos das chuvas e do calor nos últimos quatro anos

Por Da Redação
Atualizado em 4 nov 2024, 12h27 - Publicado em 4 nov 2024, 12h14
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Eduardo Paes: em coletiva, prefeito falou sobre as ações para evitar enchentes e pediu consciência da população (Marcos de Paula/Prefeitura do Rio de Janeiro)
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Desde 2021, a prefeitura do Rio realizou 488 ações de prevenção e manutenção para evitar os efeitos das fortes chuvas, além de adquirir equipamentos tecnológicos para lidar com as intempéries.

No Plano Verão 2024/2025, anunciado nesta segunda (4), o poder público anunciou obras em Jardim Maravilha, Acari, Realengo e Bacia do Canal do Mangue a fim de corrigir problemas históricos de inundações.

Resultado do trabalho de 36 órgãos, secretarias, empresas públicas e subprefeituras, as ações incluem ainda obras de contenção de encostas, drenagem e infraestrutura urbanas, podas de árvores, desassoreamento de rios e limpeza de galerias de águas pluviais e ralos, aquisição e operação de novas tecnologias de monitoramento e previsão meteorológica, além da criação e operação de protocolos para a orientação da população em dias de fortes chuvas e de calor intenso.

“Chegou o momento de alertar a população para esse período em que os eventos climáticos mais fortes podem acontecer, com as consequências que nós conhecemos. O Rio é uma cidade que, historicamente, tem episódios de grandes chuvas no verão, causando transtornos. Infelizmente, ao longo da história, enchentes nesta época do ano provocaram muitas mortes. Mas o Rio vem, desde 2010, especialmente a partir da criação do Centro de Operações, buscando minimizar os impactos dessas chuvas. É obvio que essa é uma responsabilidade dos governos, fazendo as intervenções de infraestrutura necessárias, mas também tem um papel importante da população, que precisa estar atenta e colaborar com as autoridades”, afirmou o prefeito Eduardo Paes durante entrevista coletiva no Centro de Operações (COR).

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A Prefeitura do Rio trabalha pela melhoria da vida da população de quatro locais com históricos graves de inundações: Jardim Maravilha, em Guaratiba; Acari, na Zona Norte: Realengo, na Zona Oeste; e a Bacia do Canal do Mangue, na Grande Tijuca.

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“O rio Acari e Jardim Maravilha ainda serão áreas críticas no próximo verão e, provavelmente, ainda serão por dois ou três verões, mas a boa notícia é que as obras já começaram e os recursos foram viabilizados pelo Governo Federal. Realengo não é o mesmo drama dos outros dois, mas também já conseguimos viabilizar os recursos para obras. E vamos iniciar mais um conjunto de intervenções na Bacia do Canal do Mangue na Grande Tijuca. São todas intervenções muito caras, assim priorizamos os recursos do PAC, do Governo Federal, para o rio Acari, Jardim Maravilha, Realengo e Canal do Mangue”, adiantou o prefeito.

No rio Acari, o objetivo principal é mitigar as inundações, impactando nove bairros e uma população estimada em 79 000 pessoas. O Governo Federal vai financiar R$ 350 milhões para execução das reformas, que estão em fase de trâmites administrativos. O projeto beneficiará a extensão de 3,8 quilômetros da calha do rio, que está localizada no trecho final da bacia, compreendendo os bairros de Jardim América e Acari.

Já para o Jardim Maravilha, a proposta prevê uma solução sustentável para os constantes alagamentos na região. Inspiradas em projetos holandeses, as intervenções visam conter as cheias do rio Cabuçu-Piraquê, viabilizando a infraestrutura necessária ao loteamento. Será construído um dique de mais de 3,4 quilômetros ao redor deste rio, que funcionará como uma grande barragem. O governo federal destinou R$ 340 milhões, por meio do PAC, para a obra, que está em fase de trâmites administrativos.

Em Realengo, o projeto contra enchentes para a região fará intervenções nos rios Piraquara e Catarino, beneficiando cerca de 215 000 pessoas dos bairros de Realengo e Padre Miguel. O projeto inclui a canalização do Rio Catarino e melhorias na rede de drenagem das vias, além de um reservatório para o rio Piraquara, canalização e desassoreamento deste rio. A capacidade do Piscinão de Realengo é equivalente ao reservatório da Praça da Bandeira. A obra está em licitação e o orçamento total é de R$ 137,2 milhões.

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Na Grande Tijuca, a segunda fase das obras de controle de enchentes prevê a construção de um túnel para desviar as águas excedentes do rio Maracanã, que será conectado ao desvio do rio Joana, já construído. O projeto inclui ainda desvio do rio Trapicheiros por galeria e melhorias na microdrenagem de ruas do Baixo Tijuca e da Rua Morais e Silva e entorno. No momento o projeto está em trâmites administrativos junto à Caixa Econômica Federal. O orçamento da obra é de R$ 121 milhões.

As iniciativas para prevenir enchentes na cidade incluem intervenções de drenagem, urbanização e canalização de rios, a cargo da Fundação Rio-Águas. Já foram realizadas cerca de 60 obras de drenagem e infraestrutura nesta gestão, das quais 42 estão concluídas. Estão em andamento obras como a do Bairro Maravilha Jardim Maravilha, em Guaratiba, e do Bairro Maravilha da Comunidade do Rollas, em Santa Cruz.

No esforço de reduzir pontos de alagamento recorrentes, foram instalados ainda mais de 120 mega ralos e ralos (tipo boca de lobo) por meio do programa Fábrica de Ralos. De grande porte, os mega ralos são ligados às redes de drenagem maiores, sendo capazes de escoar grandes volumes para reduzir bolsões d’água.

Além disso, a prefeitura do Rio tem investido na criação de novos parques que ampliam a cobertura de vegetação da cidade, além de oferecer conforto térmico aos cariocas e utilizar a técnica de cidade-esponja para diminuir os impactos das chuvas. As iniciativas ocorrem, sobretudo, nas zonas Norte e Oeste, onde estão sendo implantadas cinco novas áreas verdes que vão totalizar um investimento de R$ 400 milhões.

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Exemplos disso são o Parque Realengo Susana Naspolini, o Parque Oeste, em Inhoaíba, e o Parque Rita Lee, na Barra Olímpica.

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Primeiro verão do Protocolo de Calor

O verão 2024/2025 será o primeiro após a criação do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo, que detalha as medidas de assistência e vigilância em saúde. O protocolo cria normas de comunicação e preparação de plano de contingência e as possíveis intervenções na operação do município, a exemplo da adaptação de atividades externas essenciais, a ampliação dos serviços de atendimento, a indicação de equipamentos públicos para resfriamento e até mesmo o adiamento ou cancelamento de eventos de grande porte, conforme avaliação do cenário meteorológico.

Os níveis de calor foram apresentados à população em junho e fixados por decreto. A classificação tem cinco níveis de risco – de NC1 a NC5 -, que variam em função da temperatura e da umidade relativa do ar registradas na cidade.

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Os parâmetros e conceitos usados na elaboração do protocolo foram definidos pelo COR em parceria com a secretaria municipal de Saúde, a partir de pesquisas sobre os efeitos das altas temperaturas na saúde humana e os protocolos de mitigação do estresse térmico vigentes em todo o mundo.

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Cidade terá 52 pontos de resfriamento

Uma das iniciativas vinculadas ao Protocolo de Calor é a indicação de pontos de resfriamento pela cidade para que a população possa se abrigar e diminuir o estresse térmico em dias de calor extremo.

A Prefeitura elencou 52 equipamentos públicos, como parques construídos ou naturais, Naves do Conhecimento e Vilas Olímpicas, que poderão ser usados pela população quando as temperaturas subirem além do razoável, como uma forma de amenizar o calor. Através do aplicativo do COR, o carioca será informado sobre os pontos de resfriamento mais próximos.

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Este também será o primeiro verão com o Rio monitorado por completo por dois radares meteorológicos. Comprado no ano passado, o radar da Serra do Mendanha, na Zona Oeste, entrou em operação em março. Com um investimento de R$ 6,8 milhões, o radar de tecnologia banda X é considerado o mais moderno em equipamentos do tipo. Ele ampliou a capacidade da cidade na previsão do tempo de curto prazo. Importado da Finlândia, o radar permite uma leitura mais completa dos núcleos de chuva, sendo capaz de prever inclusive a possibilidade de chuva de granizo. Com a operação do equipamento, o Rio passou a ser o primeiro município do país a contar com dois radares meteorológicos próprios.

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Outra tecnologia que já vem sendo empregada é o Sistema de Monitoramento e Alerta de Descargas Atmosféricas e Tempestades Severas, contratado pelo COR. Além de uma ferramenta de detecção e contabilidade de raios, o sistema faz uma leitura dos núcleos de chuva que se aproximam da cidade, dando um panorama de sua complexidade e importância. A ferramenta permite a previsão de curto prazo sobre a ocorrência de raios sobre a cidade. Além disso, auxilia na estimativa de velocidade de deslocamento de tempestades, assim como na direção e intensidade da chuva. Trata-se, portanto, de um produto que complementa as informações de radares e satélites meteorológicos. Com essa tecnologia, a prefeitura pode antecipar a previsão de tempestades e melhorar a tomada de decisão em momentos de chuva forte.

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