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O que já se sabe sobre caso de piloto carioca desaparecido na Venezuela

Pedro Buta, de 37 anos, foi visto pela última vez em Caicara del Orinoco no dia 1º de setembro; dono do monomotor diz não saber seu paradeiro

Por Da Redação
10 set 2024, 14h48
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Pedro Buta: no último contato com a mãe, em 1º de setembro, piloto disse que estava na Bahia, mas foi visto em Caicara del Orinoco, na Venezuela. (Redes sociais/Reprodução)
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O piloto carioca Pedro Rodrigues Parente Neto, conhecido como Pedro Buta, de 37 anos, está desaparecido após realizar um voo na Venezuela. O último contato com a família foi no dia 1º de setembro, quando Pedro disse estar a caminho de Ilhéus (BA). Ele foi visto pela última vez no mesmo dia com a aeronave que pilotava, o monomotor Bellanca Aircraft, na cidade de Caicara del Orinoco, na região central do país vizinho. O dono do avião é o empresário brasileiro do ramo da mineração Daniel Seabra de Souza, que atualmente está na Venezuela. Ao RJ2, da TV Globo, Seabra disse que comprou o avião recentemente no Brasil e que, no mês passado, contratou o piloto para ir buscá-lo lá. Daniel afirma não saber do paradeiro de Pedro, nem do avião.

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A Polícia Federal e a Força Aérea Brasileira (FAB) apuram o desaparecimento do piloto. A viagem de ida dele para a Venezuela teria sido em 17 de agosto. Segundo o dono da aeronave, Pedro pousou em Caicara del Orinoco e ficou alguns dias na região. Um documento assinado pelos dois informa que o piloto entregou a aeronave para Daniel em 17 de agosto, na Venezuela. “Dia 4 de setembro, nós iríamos regressar ao Brasil porque dia 6 tinha que fazer o CVA [Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade] da aeronave. No dia 1º, encontrei o Pedro pela manhã, ele me cumprimentou. Dali, eu saí para os meus afazeres e não vi mais o Pedro. Mais tarde, eu mandei mensagem para ele, ele não respondeu. Na segunda-feira, fui fazer minhas coisas, mandei mensagem, ele não respondeu. Eu falei, ‘uai, será o que está acontecendo?’ Aí, foi que eu tive a informação que nem ele nem o avião estavam lá. E que ele teria saído com um terceiro que não tem, que eu não conheço, não tem identificação de quem é esse terceiro”, disse Daniel.

O caso veio à tona depois que a mãe do piloto, Maria Eugenia Buta, estranhou a falta de notícias do filho. “O último contato que eu tive com ele via WhatsApp foi no domingo, 1º de setembro. Até então, eu pensava que ele estava na Bahia. Porque, pensando em me proteger de preocupação, ele não havia me relatado que estava na Venezuela”, disse ela à TV Globo. Embora Pedro e o avião tenham sido vistos pela última vez no país vizinho, não há registros de que a aeronave tenha obtido autorização para entrar no país de forma legal.

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A FAB informou que o último registro de plano de voo da aeronave foi no dia 17 de agosto, partindo de Boa Vista, em Roraima, às 8h17, com destino à Fazenda Flores, localizada em Amajari – cidade em Roraima que fica próximo à fronteira com a Venezuela. Ainda segundo a FAB, o sinal do avião foi perdido ao entrar em espaço aéreo sem cobertura de radar e não há registros de nova decolagem do avião. “Até o momento as informações são insuficientes para que seja possível realizar buscas utilizando meios aéreos”, diz a nota.

A suspeita é que, na viagem de ida, o transponder – o dispositivo eletrônico que permite que ele seja rastreado – estivesse desligado. A desconfiança ganhou força depois que a família de Pedro recebeu uma conversa entre o piloto e o dono do avião. Nas mensagens, às quais a Globo teve acesso, Pedro diz para o empresário Daniel Seabra: “Estou pensando aqui… Posso pousar em Rio Branco, abastecer e passar um plano para qualquer fazenda no rumo da missão. Aproximo, desligo o transponder e meto o pé para frente”. Pedro completa: “Nem pouso. Só entro no circuito, desligo o transponder e sigo”. O dono da aeronave concorda: “sim”.

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À Globo, Daniel negou que tivesse concordado com o desligamento do dispositivo: “Se você pegar essa conversa para cima, vai ver que é outra coisa, eu coloquei ‘sim’, ele perguntou de novo, e eu coloquei ‘sim’ lá em cima. Não é do transponder do avião. Não sei quem enviou essa mensagem, não tenho nem ideia de quem mandou”, afirmou, sem concordar, no entanto, em enviar a conversa inteira para a reportagem. O Ministério das Relações Exteriores acompanha o caso por meio da Embaixada do Brasil em Caracas, capital venezuelana, e informa que presta a assistência consular aos familiares do brasileiro.

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