Da Pérsia ao século XXI
Coletiva Pulso Iraniano exibe a produção contemporânea do país dos aiatolás em fotos e vídeos
Episódios de desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão, notícias de triste frequência vindas do Irã, ofuscam uma rica tradição cultural que remonta aos primórdios da civilização e se reflete em pujante produção na arte contemporânea. No ano passado, um pouco dessa criação marcou presença na coletiva Miragens. A mostra reuniu no CCBB trabalhos de artistas de nações islâmicas, a exemplo de Shadi Ghadirian e Shirin Neshat. Novas imagens das duas fotógrafas juntam-se a obras de outros 22 de seus conterrâneos em Pulso Iraniano, que ocupará o Oi Futuro Flamengo com fotografias, vídeos e poesia. ?De tão presentes no cotidiano do Irã, versos são usados até como palavras de ordem nas manifestações políticas?, diz o curador Marc Pottier, ex-adido cultural da França no Brasil.
Um dos objetivos do acervo é revelar pontos em comum entre as culturas iraniana e brasileira. Marca o início da visita a reprodução do mais famoso poema do pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968): Vou-me Embora pra Pasárgada. ?Essa cidade, cujo nome significa Campo dos Persas, fica no Irã?, lembra Pottier. Além de poemas traduzidos e imagens instigantes, como os cinco exemplares da série Up Side Down, realizada por Peyman Hooshmandzadeh, serão projetados quatro filmes com duração média de 50 minutos. Um deles, Shirin (2009), é uma história de amor à moda de Romeu e Julieta dirigida pelo premiado cineasta Abbas Kiarostami.
Pulso Iraniano. Oi Futuro Flamengo. Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, ☎ 3131-3060, ? Largo do Machado. → Terça a domingo, 11h às 20h. Grátis. Até 30 de outubro. A partir de quarta (14). https://www.oifuturo.org.br.