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Comida, diversão e maluquices

Com a dura missão de renovar o público do Jockey Club, Mário Maluco abre na sede da Gávea a primeira filial do Palaphita Kitch

Por Carolina Barbosa
Atualizado em 5 jun 2017, 13h54 - Publicado em 31 jul 2013, 21h18
Fotos Felipe O?Neill
Fotos Felipe O?Neill (Redação Veja rio/)
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Mário de Andrade Netto desembarcou no Rio em 1982, aos 16 anos. Foi mandado de Manaus pelo pai, um ex-político amazonense, numa tentativa desesperada de corrigir o filho, que já havia sido expulso de três colégios. O adolescente surpreendeu. Foi aprovado em 21º lugar no vestibular para direito da PUC, mas, ansioso para começar a ganhar seu próprio dinheiro, trocou a faculdade por uma delicatessen. Com a Casa dos Sabores, desconfiou que poderia ter uma carreira promissora ao montar banquetes completos. Passou longe dos quibes e coxinhas que dominavam as recepções dos anos 80 e investiu em receitas mais sofisticadas, como antepastos, carpaccios e terrines. Deu certo. Ele se tornou a principal referência do mercado e, nas duas décadas seguintes, segundo calcula, produziu 30?000 eventos. Topava qualquer negócio, de qualquer tamanho, em qualquer parte do Brasil. Não à toa, ganhou o apelido de Mário Maluco. Sua fama nos bastidores da alta- roda era tanta que, em 1993, chegou a ser capa de VEJA RIO. Dez anos depois, sem tempo para a família, resolveu largar tudo e começar novamente do zero. Inaugurou um quiosque na Lagoa, o Palaphita Kitch, e mais uma vez foi chamado de louco. Agora ele prova que estava certo. O empreendimento não só se tornou referência na cidade como acaba de ganhar sua primeira filial, no Jockey Club da Gávea.

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Tudo começou no início do ano, quando um amigo o avisou do espaço, até então sem dono. Empolgado, Mário foi até o clube e descobriu que haveria uma reunião para decidir quem ficaria com o ponto. Corre no Jockey a informação de que o empresário Ricardo Amaral estava no páreo, interessado em reerguer ali o extinto Hippopotamus. No entanto, o tempo era curto. Em dois dias, ele desenhou o projeto e o entregou à direção. Não deu outra. Mais uma vez sua maluquice venceu. “Os sócios foram envelhecendo e não houve uma renovação. Vim com uma ideia de revolucionar o público apostador e acabar com esse paradigma de que jogo é vício. Não é. É entretenimento”, diz ele. Para cumprir a promessa, investiu numa brincadeira muito criativa: em dias de corrida, quem compra uma caipirinha ganha uma aposta nos cavalos. À disposição dos frequentadores, uma atendente, munida de um iPad, dá as instruções aos novos jogadores. “Quero ver esse lugar cheio de mulheres de minissaia gritando: ?Ganhei!???”, sonha.

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A possibilidade de jogar nos cavalos é apenas uma provinha do que o empreendimento com investimento de 2 milhões de reais vai oferecer. Seis vezes maior que a matriz, o espaço de 1?500 metros quadrados está repleto de invencionices. Há mesas de sinuca ao ar livre, bancos altos para casais e um lounge feito com balanços. No banheiro masculino, mais detalhes curiosos: o cliente pode treinar golpes em um saco de pancadas e urinar em uma árvore-mictório. Outro diferencial vem da cozinha. Ao contrário do que acontece no quiosque, cujo forte são os petiscos, na Gávea os pratos serão mais elaborados. Uma das novidades é a parrillada, que será realizada nos fins de semana. Mas, assim como na outra casa, os preços não são dos mais em conta ? a caipirinha, por exemplo, custa 26 reais. “Fiz um lugar para dono de banco, não para gerente. Se fosse barato, viraria Festa do Peão de Boiadeiro”, justifica. Colecionador de histórias prodigiosas, Mário Maluco promete mais. O mesmo cara inquieto e irreverente que já encheu uma piscina de 20?000 litros com pipoca doce e preparou um banquete para 7?000 pessoas em apenas catorze horas quer transformar o espaço em sua “pequena Vegas”. Até 2014, o novo Palaphita terá casa na árvore, horta na laje e clube noturno. “Eu quero, eu posso, eu tenho ? esse é o meu lema”, gosta de repetir. Que ninguém duvide: as maluquices dele têm dado certo.

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