“A perda da Gama Filho foi um grande baque”, diz Rafael Aloisio

Em seu quarto mandato, o vereador acompanha de perto as obras do Parque Piedade e defende que a ocupação do espaço público ajuda a trazer segurança

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jun 2025, 09h17 - Publicado em 13 jun 2025, 09h16
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Rafael Aloisio: "O Rio tem tudo para se tornar referência nacional em indústria e turismo cervejeiro" (Leo Lemos/Veja Rio)
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Nascido e criado no Méier, hoje morador do Grajaú, Rafael Aloisio Freitas está em seu quarto mandato como vereador. Cirurgião-dentista por formação, com pós-graduação em Gestão Pública, ele herdou do pai a trajetória política e defende que ouvir a população e investir em soluções concretas é o que realmente transforma a cidade.

“Atuar no detalhe faz toda a diferença para o cidadão”, afirma. Entre seus focos de atuação, estão o desenvolvimento econômico, o fomento ao turismo e a ocupação qualificada do espaço urbano. Em entrevista a VEJA RIO, ele comenta sua participação no Plano Diretor, bem como o incentivo a projetos que visam um Rio cada vez mais ajustado à realidade de quem vive por aqui.

De que forma a lei que regulamenta o uso da calçada para mesas e cadeiras de estabelecimentos, de sua autoria, impacta a vida nos bairros? O carioca gosta de frequentar bares e restaurantes do lado de fora, mas havia decretos e normas que dificultavam isso. Na pandemia, esse movimento foi essencial na retomada do setor. Assim, criamos uma lei clara, que facilita o licenciamento e a fiscalização desses ambientes, beneficiando comerciantes, moradores e a cidade. Foi determinante para preservar empregos e a organizar o uso do espaço público.

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Como lida com as reclamações, especialmente na Zona Sul, sobre o uso excessivo da calçada? A lei exige que a circulação dos pedestres seja garantida, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Quando há excesso, a fiscalização deve atuar. Mas acredito que espaços públicos bem ocupados aumentam a segurança local.

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Por isso a Rua da Cerveja é uma das apostas na revitalização do Centro? Abrir uma cervejaria envolvia burocracia pesada, o que afastava muitos empreendedores. Criamos incentivos específicos para microcervejarias, e a Rua da Carioca, com imóveis vazios, virou foco do projeto. O Rio tem tudo para se tornar referência nacional em indústria e turismo cervejeiro. O setor cresceu muito no Brasil e queremos que aqui ele ganhe força.

O senhor presidiu a Comissão Especial que analisou o Plano Diretor mais recente. Quais mudanças ele trouxe? É ele que define o que pode e o que não pode ser feito na cidade pelos próximos dez anos. Desta vez, o Plano incentivou o adensamento em áreas com infraestrutura já disponível, como o Centro e a Zona Norte, estimulando moradia e a revitalização urbana. Também acabamos com a obrigatoriedade de vagas de garagem em vários locais, o que ajuda no surgimento de novos empreendimentos. Outro ponto importante foi proibir a abertura de novos ferros-velhos, que vinham sendo usados no desmanche ilegal de veículos.

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O que pode adiantar sobre o Parque Piedade, que está sendo construído no terreno da antiga Gama Filho? A perda da universidade foi um grande baque para o bairro de Piedade, mas conseguimos convencer o prefeito a revitalizar e ressignificar o espaço. Parte do terreno está sendo transformada no parque, com quadras esportivas, áreas para idosos e crianças, além de um “parcão”. A outra parte está sendo recuperada pela Fecomércio, com teatro, ginásio e piscina olímpica. O endereço ainda vai contar com três escolas e clínicas de saúde, e um memorial em homenagem à extinta universidade, para que os ex-alunos possam revisitar essa história.

O parque surgiu da demanda da população local. No seu dia a dia, como você interage com os cariocas? Meu trabalho é escutar. Recebo pedidos que vão desde consertar buracos até criar medidas de apoio para os segmentos de eventos e gastronomia, bastante afetados pela pandemia. Além das sessões na Câmara, faço reuniões com moradores, lideranças locais e setores produtivos. Minha equipe está sempre nas ruas, e eu também.

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O que considera mais importante no seu trabalho como vereador? Com o tempo, fui aprendendo a investir energia onde realmente consigo fazer a diferença. Não quero ser o parlamentar que só apresenta muitos projetos, mas sim aquele que cria leis de qualidade para a população. Meu objetivo é entregar soluções que melhorem o dia a dia do carioca.

Você cresceu no Méier e viveu parte da sua vida no Grajaú. De que forma essa vivência moldou sua visão sobre o Rio? Por conta do meu pai, Aloisio Freitas, que já era vereador, estive neste ambiente desde cedo, o que me ajudou a entender de perto problemas reais, como trânsito, limpeza e as dificuldades enfrentadas nos serviços públicos. A região já teve vitórias como a reabertura do Centro Cultural João Nogueira — Imperator, símbolo da cultura da Zona Norte. Seguimos buscando melhorias em áreas como a Rua Dias da Cruz, grande centro comercial que precisa ter um espaço organizado para lojistas e ambulantes. Cada bairro tem sua dinâmica, e a política precisa reconhecer isso.

Qual é a sua perspectiva para o Rio e que legado você gostaria de deixar? Espero que a cidade seja um lugar onde empreendedores possam investir com segurança jurídica e regras claras, valorizando do comércio de rua ao turismo. Também quero trabalhar para que o poder público tenha uma relação transparente com o setor privado, fortalecendo a economia local. E para que serviços como saúde e educação funcionem com dignidade para todos. Acredito que, ao ouvir a população, podemos remover alguns gargalos. Quero deixar como legado a certeza de que a política pode — e deve — ser instrumento de transformação concreta para o bem de todos.

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