Sem perder a ternura: Patrulha da Pessoa 60+ avança para abraçar o estado
Iniciativa implantada no Leme, em Copacabana e em Niterói fiscaliza aqueles em situação de vulnerabilidade sem 'tiro, porrada e bomba'

O problema não é novo, mas um projeto da Polícia Militar nascido há seis meses tem ajudado a combatê-lo com armas diferentes. Implantada no Leme e em Copacabana – bairro com maior concentração de idosos por metro quadrado do Rio -, além de Icaraí, em Niterói, a Patrulha da Pessoa Idosa 60+ registrou mais de 1 200 ocorrências , para além da letra fria da lei que deve garantir a segurança a essa população crescente no estado. Com equipes que trabalham em duplas, sendo um homem e uma mulher, as duas áreas de policiamento têm 157 idosos inscritos, que recebem visitas para fiscalizar situações de vulnerabilidade, medidas protetivas e o funcionamento de asilos.
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Os policiais acabam também servindo de referência e companhia, mantendo inclusive contato com a rede de relacionamento de cada um, como vizinhos e porteiros. As histórias normalmente são tristes: pessoas abandonadas pela família e, em alguns casos, vítimas de golpes e violência física e psicológica por parte até de parentes. Uma delas é a da socialite Regina Gonçalves, de 89 anos, que foi mantida em cárcere privado pelo ex-motorista no edifício Chopin e também está cadastrada no programa. “A Polícia pode e deve ser mais do que tiro, porrada e bomba”, defende o tenente-coronel Fábio Iecin, idealizador do projeto, inédito no país, que será apresentado em uma conferência em Portugal neste mês. “A intenção é abraçar todo o estado”, planeja ele, pós-graduado em direito e segurança pública.