Eleição do papa Leão XIV é motivo de orgulho no Colégio Santo Agostinho

Na instituição conhecida por severas regras e metodologia conteudista, um pontífice agostiniano significa o reconhecimento da força de uma tradição

Por Bruno Chateaubriand Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 Maio 2025, 07h52
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Colégio Santo Agostinho: corredores em alvoroço por conta das novidades no Vaticano (Salvio Gonçalves Filho/Divulgação)
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Quando a fumaça branca saiu pela chaminé do Vaticano no dia 7 de maio, os olhos de fiéis ali presentes ou conectados ao fato histórico pela TV se concentraram na imponente varanda onde o novo líder da Igreja Católica seria anunciado. Como manda o ritual, o comunicado foi lido em latim e pouca gente entendeu que o americano Robert Prevost, 69, Leão XIV a partir daquele momento, tinha acabado de ser eleito.

De imediato, não houve muita reação, já que o americano alçado a cardeal há menos de dois anos era pouco conhecido. Nomes considerados favoritos durante o conclave, como o italiano Pietro Pa- rolin e o húngaro Peter Erdo, foram superados por Prevost, que logo se soube ser o primeiro papa agostiniano da história moderna – e assim começou a festa nos corredores do Colégio Santo Agostinho. “Estamos cheios de esperança de que o Espírito tenha suscitado um pontifice da tradição. Nos unimos em gratidão, obediência e oração”, publicou a instituição nas redes sociais.

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Papa Leão XIV: o primeiro agostiniano da história moderna (Vatican Media/Divulgação)

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Uma das mais tradicionais e rígidas instituições de ensino cariocas foi fundada na Rua José Linhares, no Leblon, em 1946, mas a presença da congregação no Rio remonta ao século XVII. Em 1663, frades portugueses desembarcaram nos trópicos com a missão de evangelizar e educar.

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No início do século XX, mais especificamente em 1920, a Ordem dos Agostinianos Recoletos, dissidência do grupo original, estabeleceu-se em Marechal Hermes, na Zona Norte. O bairro abriga, até hoje, a morada dos religiosos. Foi em 1945, com a fundação da Paróquia de Santa Mônica, que o projeto educacional começou a ganhar corpo, culminando na inauguração do colégio no ano seguinte, no Leblon.

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A abertura da unidade da Barra da Tijuca aconteceu em 1979. “Sem dúvida a escola ajudou a formar a pessoa que sou hoje. O Frei Heliodoro era uma pessoa sensacional”, recorda o vice-prefeito, Eduardo Cavaliere, ex-aluno do Novo Leblon, citando a figura icônica que comandou o Ensino Fundamental de 1965 até 2019, ano de sua morte.

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O pensamento de Agostinho de Hipona (354-430) moldou profundamente a teologia ocidental, tanto que ele passou a ser chamado de Doutor da Igreja. A ordem se espalhou por 22 países, implementando centros educacionais, paróquias e missões voltadas à formação pautada na tríade “ciência, amor e espiritualidade”.

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No colégio do Rio de Janeiro, conhecido por severas regras disciplinares e a metodologia conteudista, a chegada de um papa pertencente à linhagem foi interpretada como um reconhecimento da força de uma tradição que moldou gerações de estudantes.

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De lá saíram conhecidos líderes públicos, artistas e intelectuais, a exemplo do prefeito Eduardo Paes, do cineasta José Padilha, diretor de Tropa de Elite, e da jornalista Renata Vasconcellos, apresentadora do Jornal Nacional, da TV Globo e, ainda, dos humoristas Marcelo Adnet e Tatá Werneck.

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“A escolha do pontífice gerou um crescente interesse das pessoas pela trajetória do santo. Inclusive fiéis de fora da paróquia têm nos procurado para entender melhor a nossa filosofia”, comemora o frei Didier Esperidião Neto, vice-diretor da unidade do Leblon e pároco da Igreja Santa Mônica.

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Os valores aprendidos em sala de aula por uma legião de cariocas ultrapassaram os muros e chegaram à cúpula da Igreja.

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Agostinianos com orgulho: cariocas como Marcelo Adnet e o prefeito Eduardo Paes estudaram no tradicional colégio católico (./Divulgação)
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