Os cantores Compay Segundo (1907-2003) e Ibrahim Ferrer (1927-2005), o baixista Orlando “Cachaíto” Lopez (1933-2009) e o pianista Rubén González (1919-2003) foram algumas das estrelas da música cubana que tiveram seus últimos momentos de emocionante reconhecimento no projeto Buena Vista Social Club. O disco do guitarrista americano Ry Cooder e o filme do alemão Wim Wenders tiraram do ostracismo diversos artistas com trajetória de sucesso nos cassinos da ilha nos anos 40 e 50. A cantora Omara Portuondo, uma das poucas remanescentes daquele grupo, cultiva estreita relação com a música brasileira. Ela já gravou dois CDs e um DVD ao vivo com Maria Bethânia, de quem se diz grande admiradora. Essa diva da música cubana está de volta ao país para se apresentar com a Orquestra Buena Vista Social Club no domingo (30), no palco do Vivo Rio. Na véspera, ela completa 81 anos.
No Brasil, a velha guarda, por assim dizer, está ligada às escolas de samba. A senhora conhece Mangueira e Portela, por exemplo? Na verdade, não, embora tenha grande interesse pelo samba brasileiro. Trata-se de um ritmo que tem muito a ver com a gente de Cuba e que me encanta muito.
Existe um processo de renovação na música cubana? Sim. Como acontece em outros países, os jovens vão aparecendo com ritmos novos, como o reggaeton, o hip-hop e o rap, que acabam mesclados ao som mais tradicional do lugar. Dessa forma, a música está sempre em evolução, e esse é um movimento positivo.
Que artista gostaria de encontrar nesta sua próxima visita ao Rio de Janeiro? São tantos? Ver Chico Buarque seria fantástico e, claro, Maria Bethânia, com quem já gravei um disco. Sempre quis trabalhar com ela. Nós nos encontramos, começamos a falar de música e da vida, e assim entramos no estúdio. Bethânia conhece muito do assunto. Foi um enorme prazer poder fazer essa parceria com ela.