Oficial da Marinha que matou os sogros é condenado a 80 anos de prisão
Geraldo e Osélia Coelho foram mortos a facadas em 2022, no apartamento onde o réu morava com o ex-companheiro; ele teria sido motivado por ciúmes
O oficial da Marinha Cristiano da Silva Lacerda foi condenado a 80 anos de prisão pelo assassinato dos ex-sogros, Geraldo Pereira Coelho e Osélia da Silva Coelho, de 73 e 72 anos. O crime ocorreu em junho de 2022, no apartamento em que o criminoso residia com o ex-namorado, o professor de inglês e influenciador digital Felipe Coelho, no Jardim Botânico. A decisão foi tomada pelo Conselho de Sentença do III Tribunal do Júri da Capital, em julgamento iniciado nesta quarta (10), sob a presidência da juíza Tula Corrêa de Mello. O militar matou o casal a facadas.
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Além da pena fixada em 80 anos, em regime fechado, Cristiano também foi condenado ao pagamento de R$ 200 mil, por danos morais para cada filho das vítimas. A Justiça determinou ainda que ele perca o cargo na Marinha.
Segundo a acusação, os assassinatos foram motivado por vingança, após o fim do relacionamento com Felipe Coelho, e praticados com extrema crueldade: as perícias indicaram “múltiplos golpes concentrados em regiões vitais” disferidos enquanto as vítimas estavam deitadas em um sofá‑cama. O crime ocorreu na madrugada do dia 25 de junho de 2022, quando Geraldo e Osélia dormiam na sala. Eles são naturais de Fortaleza e estavam hospedados no apartamento do filho, que ainda dividia o imóvel com Cristiano, mesmo após a separação do casal, motivada por uma agressão ocorrida dois meses antes.
A cena encontrada pelos bombeiros e pela polícia chamou atenção pela violência. As vítimas estavam deitadas no sofá-cama, enquanto Cristiano foi localizado dopado dentro do baú da cama, ao lado de uma faca ensanguentada, garrafa de bebida alcoólica, remédios controlados e receitas médicas em seu nome. Pouco antes, Felipe havia saído para uma festa em Ipanema. Ainda segundo a investigação, tomado por ciúmes e inconformado com o fim do relacionamento, Cristiano teria aguardado que o ex-companheiro deixasse o apartamento para atacar os pais dele.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também afirmou que o réu apresentou sinais de lucidez antes e durante o crime. O advogado da família das vítimas, Ricardo Sidi, reforçou ao portal G1 esse entendimento. “Nós sustentamos que ele deu muitos sinais de lucidez na hora do crime. Foram mensagens ardilosas para atrair Felipe para a cena do crime”, comentou Sidi. As mensagens e ligações recuperadas do telefone do réu foram apresentadas ao júri como prova de planejamento. Nelas, Cristiano fingia que Osélia estava passando mal, com o objetivo de atrair Felipe ao local. Ao chegar, ele encontrou os pais mortos ao retornar ao apartamento após receber mensagens e telefonemas de Cristiano. Testemunhas relataram que ele entrou em desespero e tentou pular pela janela ao se deparar com a cena.
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Ainda segundo o G1, a linha da defesa de Cristiano, sinalizada ao longo do processo, sugeria que os advogados poderiam alegar algum tipo de transtorno psiquiátrico para pedir inimputabilidade. Por isso, a acusação buscou desmontar essa tese argumentando que ele estava perfeitamente consciente. “Encontramos sangue nas cartelas de remédios e garrafa de whisky. Isso mostra que já tinha matado ao começar a se envenenar”, sustentou Ricardo Sidi. Ao longo do julgamento, a acusação apresentou uma linha do tempo detalhada com base nas mensagens e acessos registrados no celular de Cristiano. Os horários foram usados para reforçar a tese de premeditação e lucidez do acusado.
22h24 – Cristiano paga a conta e sai do bar
22h38 – Envia áudio a um amigo “demonstrando total lucidez”
22h41 – Conecta-se ao Wi-Fi do apartamento
22h53 – Mensagem a Felipe: “Nego, sua mãe tá passando mal”
22h54 – Felipe liga 12 vezes; nenhuma atendida
22h57 – Liga duas vezes para a mãe; sem resposta
23h14 – Cristiano volta a ligar: “sua mãe ta passando mal, vai continuar com seus amigos ricos?”
23h24 – Felipe envia: “a caminho”
23h33 – Felipe chega ao prédio e a PM é acionada
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