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Após obras, Convento do Carmo é reinaugurado como centro cultural

Foram quatro anos de reformas para recuperar características arquitetônicas do prédio, de 1620, que ganhou soluções como as de acessibilidade e terá bistrô

Por Da Redação
25 mar 2022, 14h51
Convento do Carmo
Convento do Carmo: um dos prédios mais antigos do Rio reabre como centro cultural (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
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Foram quatro anos em obras para recuperar suas antigas características arquitetônicas, e o Convento do Carmo, construído pelos frades carmelitas em 1620, está pronto para uma nova fase. Reinaugurado nesta quinta (24), o prédio – que foi residência de D. Maria I, rainha de Portugal, depois que a corte portuguesa mudou-se para o Brasil, em 1808 – vai sediar um Centro Cultural da Procuradoria Geral do Estado (PGE), com biblioteca, salão de exposições e um bistrô, abertos ao público. Obra da PGE, que investiu 30 milhões de reais ali.

“A PGE tem muito orgulho de ter recuperado esse patrimônio histórico e cultural da cidade. A conclusão da obra de reforma deste prédio, que viu o Rio de Janeiro nascer e foi residência da única mulher que assumiu o trono português, simboliza o renascimento do Centro da Cidade”, destacou o procurador-geral do Estado, Bruno Dubeux.

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O principal foco do projeto de reforma do edifício, que fica no Centro, foi a restauração de esquadrias, pisos, forros, e pinturas, elementos da arquitetura colonial. Mas também foram incorporadas novas soluções de acessibilidade, conforto ambiental, acústico e de instalações prediais. No andar térreo da construção de três andares, a obra resgatou a originalidade dos arcos que emolduram os dois grandes ambientes, onde serão instalados o bistrô e o salão de exposições. No primeiro andar, os aposentos que serviram à D. Maria I tiveram o piso, com tábuas de pinho de riga trazidas em navios da Europa, completamente restaurado, assim como a cor das paredes e as pinturas que adornam o ambiente.

A reforma revelou a estrutura das paredes internas do primeiro piso, com vigas de madeira entrelaçadas, que lembra a preocupação dos europeus com os abalos sísmicos que devastaram Lisboa em 1755, assim como uma delicada pintura na parede que imita uma divisória em madeira – técnica artística conhecida como trompe l’oeil (em francês), que cria uma ilusão de ótica e transforma a figura em três dimensões. Há, ainda, paredes erguidas com pedras coladas com óleo de baleia.

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E as escavações feitas no prédio para a instalação de novos sistemas de água e esgoto desenterraram dezenas de achados arqueológicos utilizados no dia a dia pela família real portuguesa: louças francesas e inglesas, garrafas de vinho, talheres de prata, moedas, pentes, cachimbos e fragmentos de cerâmica. Esses utensílios da família real serão reunidos e organizados para uma exposição no próprio convento, ainda este ano.

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