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O que é racismo ambiental, expressão usada por Anielle Franco após chuva

Ministra foi criticada nas redes, mas conceito é reconhecido pela comunidade científica que debate a emergência climática e é pauta na ONU

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 jan 2024, 13h02 - Publicado em 16 jan 2024, 13h01
Anielle Franco
Anielle Franco: ministra usou a expressão racismo ambiental e foi alvo de críticas nas redes (May Donaria/Divulgação)
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A ministra da igualdade racial, Anielle Franco, recebeu diversos ataques após afirmar que a tragédia ocorrida no Rio no último sábado (13) é fruto, também, do racismo ambiental e climático.

Houve quem achasse que a ministra estava chamando o meio ambiente de racista e que ela inventou a expressão. Mas, na verdade, essa denominação surgiu nos anos 80 e é reconhecida pela comunidade científica que debate a emergência climática.

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A expressão foi cunhada por Benjamin Franklin Chavis Jr., liderança do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e assistente do ativista Martin Luther King, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1964 por suas ações de combate ao racismo.

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Isso porque, em geral, são os grupos racializados (no Brasil, são pessoas negras, povos indígenas e populações tradicionais, como quilombolas e ribeirinhos), pessoas em condição de vulnerabilidade social e mulheres (sobretudo negras e indígenas) os mais afetados pela emergência climática.

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Essas populações são maioria em regiões sem saneamento básico e com despejo inadequado de resíduos, alvo de desmatamento e com risco de deslizamentos, de rompimentos de barragens e de enchentes. Portanto, sentem mais fortemente os efeitos do aquecimento global.

Na COP-27, que aconteceu em 2022 no Egito, o racismo ambiental foi pauta oficial da conferência anual das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima pela primeira vez. Ao fim do evento, foi criado um fundo para indenização por perdas e danos aos países mais pobres e vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.

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Foi determinado que, em 2024, seja criado um comitê para definir os critérios de distribuição das indenizações promovidas pelo fundo.

Nos últimos anos, a expressão vem ganhando cada vez mais repercussão. Tanto que, de 2016 para 2024, as buscas no Google por ela saltaram de duas por dia para cem.

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