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O perigo de seguir à risca as direções do aplicativo de celular

Casal é alvo de tiros ao entrar por engano numa favela dominada pelo tráfico em Niterói. Atingida nas costas, a mulher morreu

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 5 dez 2016, 11h46 - Publicado em 10 out 2015, 01h00

Cercado por uma pequena multidão de repórteres no domingo passado (4), entre desnorteado, atônito e profundamente triste, o empresário Francisco Múrmura era a imagem da desolação. Sua esposa, Regina, jornalista e também empresária, com quem estava casado havia quase cinquenta anos, tinha morrido horas antes, vítima de tiros, quando o casal entrou de carro na Favela do Caramujo, em Niterói, região metropolitana. Ele dirigia o automóvel e não foi atingido. Os dois não deveriam estar ali, uma zona dominada por traficantes de drogas. Haviam entrado por engano na Rua Quintino Bocaiuva, fiando-se nas informações do Waze, aplicativo de celular que indica os caminhos mais rápidos no trânsito — na verdade, o casal pretendia ir a um restaurante na orla daquela cidade,na Avenida (e não na rua) Quintino Bocaiuva. Abordado por cerca de vinte bandidos, Francisco ainda tentou dialogar. “Não sou da polícia”, disse. Mas de nada adiantou: levou uma coronhada na cabeça. “Vocês acertaram a minha mulher, e eu preciso levá-la ao hospital”, prosseguiu. Vieram mais tiros. No fim, ainda conseguiu dirigir, mas não teve tempo de salvar Regina, que sofreu parada cardiorrespiratória. Esse caso faz lembrar o episódio, de grande repercussão, ocorrido há dois meses com a atriz Fabiana Karla, que, utilizando-se do GPS do carro, foi parar por engano naquela mesma área. Também alvo de disparos, ela fugiu sem se ferir. O que se pode tirar das duas ocorrências é que, enquanto resistir o poderio das facções criminosas em comunidades pobres, ninguém deve sair por aí seguindo à risca as ordens de apps muito modernos mas desprovidos ­­­­— e para isso não há solução técnica — de bom-senso.

 

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