Como será o maior pomar urbano do Brasil, organizado em Niterói

Projeto contempla 11 quilômetros de árvores frutíferas e resgata memória afetiva com espécies que não são mais comercializadas

Por Elisa Torres
Atualizado em 3 jun 2025, 16h24 - Publicado em 3 jun 2025, 15h30
Fruta no Pé: Pomar do Parque Orla de Piratininga (POP), na Região Oceânica de Niterói, terá árvores como a pitangueira (Cláudio Fernandes/Divulgação)
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Você já ouviu falar em uvaia? E no coquinho da palmeira jerivá? Pouco comuns em feiras e supermercados, essas e outras frutas nativas como grumixama, cereja-do-mato, cajá e araçá poderão ser vistas novamente em Niterói. A cidade abrigará o maior pomar urbano do Brasil: o projeto Fruta no Pé, que vai ocupar 11 quilômetros do Parque Orla de Piratininga (POP), na Região Oceânica.

O pomar urbano da Região Oceânica de Niterói é o maior do Brasil
Projeto piloto: antes da implantação do pomar urbano, foram realizados estudos sobre a saúde das árvores da cidade (Claudio Fernandes/Divulgação)

A proposta é transformar o entorno da orla em um verdadeiro corredor verde e produtivo, com mais de 5 000 mudas frutíferas e nativas plantadas até o fim do ano — um convite à memória afetiva, ao contato com a natureza e à alimentação saudável. “Isso aqui para mim é uma alegria. Morei em fazenda e tinha essas frutas, mas aqui a gente não vê mais. Muitas dessas frutas não se compram em mercado”, afirma Mônica Alizeira Damparo, moradora do bairro do Caramujo.

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Nos últimos dois meses, 900 mudas de espécies frutíferas e nativas foram plantadas no parque da orla.  Jamelão, pitanga, amora, cereja-do-mato, caju e pimenta-branca, entre outras frutas que saíram da rotina alimentar da população, estão incluídas na lista do novo pomar.  Depois que as árvores florescerem, será possível passear pelo parque, se refrescar à sombra dos pés e ainda colher os frutos como se fosse uma área rural.

Fruta raramente encontrada em supermercados, o araçá foi plantado no pomar de Niterói
Araçá: da mesma família da jabuticaba e da goiaba, o fruto é um dos que poderão ser colhidos no novo pomar urbano (Claudio Fernandes/Divulgação)
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“A proposta vai além do paisagismo: é uma ação concreta de estímulo à segurança alimentar, ao reflorestamento urbano e à biodiversidade. As palmeiras jerivás, por exemplo, atraem mais de 80 espécies de aves nativas e são fundamentais para o equilíbrio ambiental”, afirma o prefeito Rodrigo Neves.

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Cidade teve um projeto piloto antes da implantação do novo pomar

Antes de iniciar o Fruta no Pé, a Secretaria de Conservação de Niterói implantou um projeto piloto de plantio de espécies em locais como as  restingas de Jurujuba e Charitas, além de canteiros, rótulas e calçadas em áreas como Camboinhas e Piratininga. Foram realizados reflorestamentos em locais que antes serviam para descarte de lixo, práticas religiosas ou acampamentos irregulares.  Nesses ambientes, foram plantadas cerca de 500 mudas

Palmeiras jerivás atraem mais de 80 espécies de aves nativas
Biodiversidade: aves locais, como o bem-te-vi, são atraídas por espécies recém plantadas no Parque da Orla de Piratininga (Claudio Fernandes/Divulgação)
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O Fruta no Pé é mais uma etapa da revitalização ambiental e urbanística do Parque Orla de Piratininga, iniciativa que visa a preservação da natureza, a valorização dos ecossistemas de restinga e o estímulo à convivência em áreas verdes. O pomar urbano faz parte de uma estratégia  da Prefeitura para transformar a cidade em modelo de sustentabilidade, oferecendo espaços verdes que promovem bem-estar e incentivam o contato direto com a natureza.

Grumixameira no Pomar Urbano de Niterói
Grumixameira: funcionário da prefeitura trabalha num pé de grumixama, outra fruta nativa da região (Claudio Fernandes/Divulgação)

 

Cidade tem selo internacional e mais de  60 000 árvores catalogadas

Com cerca de 150 mil mudas plantadas nos últimos anos, tanto no meio urbano quanto em áreas verdes, o município de Niterói foi premiado, pelo quarto ano consecutivo, com o selo Cidade Árvore do Mundo, concedido pela Arbor Day Foundation, uma das mais renomadas entidades internacionais dedicadas à arborização urbana. A cidade conta com mais de 60 mil árvores catalogadas no Sistema de Gestão da Geoinformação (SIGeo).

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O selo reconhece os esforços na gestão e no cuidado com florestas urbanas, que acabam contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Este ano, mais uma vez, a segurança urbana responsável foi um dos critérios determinantes na avaliação.

“Esse reconhecimento reforça o compromisso com o manejo responsável da vegetação urbana do município, que desde 2013 tem políticas voltadas à segurança da população, como o programa Arboribus, que mapeia e avalia as árvores da cidade, orientando a retirada segura de exemplares comprometidos e promovendo o replantio com espécies nativas”, reforça Rodrigo Neves.

 

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