AVALIAÇÃO ✪✪✪
As obras do paulistano de 53 anos costumam provocar reações variadas, mas nunca indiferença. Bandeira Branca, na 29ª Bienal de São Paulo, trazia três urubus em um enorme viveiro e despertou a fúria de defensores de animais. Ainda em 2010, o artista levou ao MAM carioca Fruto Estranho, instalação de 10 toneladas na qual restos de árvores sustentavam dois aviões revestidos de sabão. Na individual em cartaz na Caixa Cultural, a surpresa da vez é Hora da Razão, resultado de doze horas de árduo expediente repetido por treze dias. O trabalho reúne três estruturas de vidro cobertas por cerca de 300 quilos de breu derretido. Sob as formas geométricas vazadas, além da massa de aspecto orgânico, vivo, que escorre, monitores de vídeo exibem o músico Rômulo Fróes, o artista plástico Eduardo Climachauska e a cantora Nina Becker interpretando o samba Hora da Razão, do baiano Batatinha (1924-1997). Completam a mostra 78 belos desenhos inéditos da série Munch. Criados com folhas de ouro, prata e bronze, tinta a óleo e carvão sobre papel, inspirados na produção do pintor norueguês Edvard Munch, os quadros homenageiam a mãe do autor, a historiadora Dulce Helena Pessoa Ramos, falecida em 2011.
Caixa Cultural – Galeria 4. Avenida Almirante Barroso, 25, Centro,?☎ 3980-3815, ??Carioca. Terça a domingo, 10h às 21h. Grátis. Até 9 de março.