Por que número de UPPs vai cair de 29 para 16 no Rio
Mais de 400 agentes das unidades em comunidades foram transferidos para batalhões da Polícia Militar
O projeto de segurança pública das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criado há 16 anos, numa época em que o Rio viveu esperança da redução da criminalidade com a presença maior do estado em comunidades que foram ocupadas por unidades policiais, começa a ser reduzido de forma acentuada na cidade.
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Seis contêineres onde funcionavam UPPs foram retirados de comunidades, assim como cabines blindadas, e 451 agentes foram transferidos para batalhões da Polícia Militar. As secretarias de Estado de Segurança Pública e da Polícia Militar negaram que o projeto antes acalentado tenha chegado ao fim. O discurso é de reestruturação, com redução no número de bases. As 29 unidades hoje existentes passarão a 16. Esse número se refere à fusão de sedes, como no caso da nova UPP Complexo do Alemão, que reunirá três unidades anteriores.
Segundo a secretaria de Segurança, a intenção é transferir 1.100 agentes das UPPs para as ruas. Boa parte das transferências registradas nos boletins da PM, segundo o jornal O Globo, ocorreu na região do 16º BPM (Olaria), que atua nas favelas dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Atualmente, o batalhão tem o maior número de UPPs do estado, com sete sedes. O novo projeto prevê reduzi-las a duas: uma no Complexo do Alemão, responsável pelas áreas da Fazendinha, de Nova Brasília e do Alemão; e outra no Complexo da Penha, que reúne Vila Cruzeiro, Chatuba, Parque Proletário e Fé/Sereno.
O secretário de Segurança do Rio, Victor dos Santos, diz que a saída das UPPs não é um recuo por parte do estado: “A UPP não faz trabalho de policiamento há bastante tempo, tudo hoje é feito pelos batalhões da PM. Então, isso não vai mudar, a atuação não vai diminuir, e sim, mudar de modelagem. Eu não quero policial militar dando aula de balé e de luta. Ele tem que entender que ele é policial militar. Essa é a missão primeira dele. Ele está ali para combater aquele criminoso que mantém a comunidade como refém”, afirmou.
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E o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, reiterou: “A gente entendeu que as UPPs foram perdendo a capacidade de resposta para as demandas que surgiram nas comunidades. Então, nada mais prudente do que aglutinar algumas bases e melhorar a capacidade de intervenção em casos de necessidade. As transferências dos policiais vão reforçar o policiamento de área. Vai haver mais integração entre os grupos da polícia, atuação com o Bope e outras unidades especiais, mas também com as forças táticas dos batalhões”.