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Ossos humanos e dentes de tubarão: novos sítios arqueológicos no Rio

Com novas escavações, pesquisadores da Uerj ampliam de três para 17 o número de áreas de importância histórica na Região Oceânica de Niterói

Por Da Redação
Atualizado em 27 out 2025, 18h26 - Publicado em 27 out 2025, 16h25
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Escavações: material descoberto por arqueólogos nos sítios pode dar pistas sobre a vida dos primeiros fluminenses, como dieta, doenças e ambiente natural (Anderson Marques/Divulgação)
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O número de sítios arqueológicos conhecidos em Niterói saltou de três para 17 nos últimos três anos. Desde dezembro de 2022, pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas Indígenas (NuPAI), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), trabalham na identificação de novos pontos na Região Oceânica, principalmente nos bairros de Itaipu e Camboinhas. As descobertas, feitas durante uma série de escavações e levantamentos de campo, reforçam a importância histórica da área, considerada uma das mais antigas ocupações humanas do litoral brasileiro.

“Esse número pode crescer. A região abriga o sítio arqueológico mais antigo do Rio de Janeiro e um dos mais antigos do país, o Sambaqui de Camboinhas, com datas que variam entre oito mil e nove mil anos”, disse ao jornal O Globo o arqueólogo Anderson Marques Garcia, coordenador das pesquisas. Sambaquis são sítios arqueológicos formados por  montanhas de conchas, ossos e terra, remanescentes de ocupações humanas pré-históricas do litoral brasileiro. Eles eram usados como moradias, marcadores territoriais, cemitérios e locais cerimoniais, e dentro deles são encontrados vestígios de vida, como restos de alimentos, ferramentas e sepultamentos humanos. O material descoberto nos sítios pode dar pistas sobre a vida dos primeiros fluminenses, como dieta, doenças e ambiente natural. Até o momento, foram encontrados dentes de tubarão furados usados como adornos, artefatos ósseos, pedaços de carvão, ossos queimados de peixes, núcleos de quartzo e lascas de sílex, além de pigmentos minerais e vestígios de fogueiras.

Um dos locais atualmente em estudo é o Sambaqui do Camboatá, descrito pelos arqueólogos como o mais bem preservado da região. “O Camboatá tem alto potencial de revelar informações ainda desconheci”, acrescentou Garcia. Os achados incluem também vértebras de golfinhos, blocos de diabásio utilizados na confecção de ferramentas e grafites que funcionavam como corantes. Em alguns pontos, os arqueólogos encontraram mais de um metro de camadas arqueológicas preservadas, o que indica longa permanência humana e diferentes fases de ocupação.

Só este mês foram descobertos dois novos sítios arqueológicos: Jurema Branca e Ubá. Ambos estão localizados nas proximidades do Sambaqui do Camboatá. Essas descobertas ampliam o mapa do território indígena ancestral da Região Oceânica e indicam que sua extensão é muito maior do que as demarcações tradicionais reconhecidas até hoje, que se concentravam nos sambaquis da Duna Grande, da Duna Pequena e de Camboinhas.

“O que mais nos chama a atenção nesse mapeamento é a diversidade de ambientes ocupados pelos povos indígenas antes da chegada dos europeus. Encontramos sítios sobre dunas, restingas planas, afloramentos rochosos, nascentes, abrigos e ilhas. Essa variedade mostra que esses grupos dominavam amplamente o território e adaptavam seu modo de vida aos diferentes ambientes”, observou Garcia. A quantidade de materiais encontrados também impressiona. Apenas na base da Duna Grande, por exemplo, os pesquisadores identificaram mais de oito mil fragmentos de artefatos líticos, como ferramentas de pedra lascada e instrumentos usados no cotidiano.

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O trabalho do NuPAI começou quando o grupo foi convidado pelo Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI) para redefinir a localização de dois sítios catalogados na década de 1970, a Duna Pequena e o Sambaqui de Camboinhas. O objetivo central do projeto é datar o maior número possível de sítios e compreender se as ocupações ocorreram simultaneamente ou em períodos distintos.

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