Mulher que agrediu entregador perde licença de escola de vôlei no Leblon
Secretaria municipal de Esportes aguarda que caso seja esclarecido pela polícia para avaliar renovação de licença; ex-atleta não foi depor na 15ª DP
Previsto para esta quarta (12), o depoimento de Sandra Mathias Correia de Sá, de 53 anos, na 15ª DP (Gávea), foi adiado indefinidamente. A defesa da ex-atleta e nutricionista, flagrada chicoteando um motoboy com uma coleira, mordendo uma entregadora e intimidando uma lojista, apresentou um atestado alegando que Sandra está machucada. Investigada por injúria após as agressões verbais e físicas, não terá a renovação da licença da escolinha de vôlei que possui na Praia do Leblon. Segundo a Secretaria municipal de Esportes, a autorização para a atividade nas areias Posto 12 venceu em dezembro de 2022 e estava em processo de renovação. A prefeitura não concederá a renovação até que todos os fatos sejam esclarecidos pela Justiça.
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“Ela está com várias lesões”, disse à TV Globo o advogado de Sandra, Roberto Duarte Butter, que esteve na delegacia em seu lugar. Perguntado sobre a linha de defesa, declarou: “Vocês vão se surpreender”. A delegada Bianca Lima, titular da distrital, disse ainda não haver nova data para o depoimento da acusada. Os entregadores agredidos, Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza, estão sendo ouvidos nesta quarta (12).
Sandra iniciou sua carreira no esporte em 1982, praticando vôlei de quadra no Flamengo, nos times mirim e juvenil. Em 1993, passou a se dedicar ao vôlei de praia. Em 2001, uniu-se a Elaine Bezerra, com quem conseguiu bons resultados no circuito nacional de vôlei de praia até 2009. Elaine virou sua sócia na escola de vôlei de praia no Leblon. Com aulas marcadas sempre no início da manhã, a escolinha ocupa três redes da Praia do Leblon, na altura da Rua General Venâncio Flores. Sandra também trabalhou como nutricionista em clínicas no Rio.
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O Conselho Regional de Nutricionistas divulgou nota de repúdio e se posicionou “de forma veemente contra os atos que envolvem a nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá”. O conselho informou ainda que vai “instaurar processo administrativo para apuração dos fatos e adoção das medidas cabíveis“. Já Homero Pacheco Fernandes, advogado do condomínio em que Sandra mora de aluguel, em São Conrado, esteve na delegacia para entregar as imagens dos episódios captadas pelas câmeras do prédio. Ele disse que os vizinhos querem expulsá-la do prédio. “Os vizinhos ficaram assustados com o que aconteceu. Há relatos de moradores que teriam tido um bate-boca com ela. O condomínio notificou a administradora e pede que ela seja retirada do condomínio”, disse ele.
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O caso ocorrido com os entregadores é acompanhado pela Comissão Especial de Combate ao Racismo, da Câmara Municipal do Rio, presidida pela vereadora Monica Cunha (Psol). A parlamentar — que marcou um encontro na próxima quinta-feira com Max e Viviane — informa que fez uma representação junto ao Ministério Público para a apuração de eventual ato de racismo na conduta de Sandra Mathias.