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As mudanças no treinamento da polícia após mortes de crianças em ações

‘Protocolo é não atirar’, anuncia comandante da PM; primeira turma de militares já na semana que vem será treinada para 'identificar erros da abordagem'

Por Da Redação
15 ago 2023, 12h40
Rio de Janeiro - Operação feita pelas polícias Civil e Militar, com o apoio das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio.
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Três dias após a morte de uma menina de 5 anos e de um adolescente de 17 em uma ação policial no Morro do Dendê, o secretário estadual de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, anunciou mudanças no treinamento dos agentes da corporação. Em entrevista ao Bom Dia Rio, nesta terça (15), o comandante da PM disse lamentar as mortes recentes. “O protocolo é não atirar”, afirmou.

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Numa primeira turma, na semana que vem, 16 militares passarão por um “acompanhamento mais de perto” para “identificar os erros da abordagem”. “Era um treinamento preventivo por que toda a tropa passava. Mas, agora, quem se envolver nesse tipo de ocorrência vai ser obrigado a passar, e a gente vai dar um tratamento diferenciado a esse policial que se envolveu nessa ocorrência”, detalhou Pires. Ainda segundo ele, haverá conversas diárias nos batalhões, as chamadas preleções “A gente está intensificando as instruções em cima dos nossos protocolos. Palestras vão ser intensificadas, treinamentos vão ser intensificados sempre, procurando condicionar melhor o nosso policial militar”, acrescentou.

Nos últimos dias, três menores de idade foram mortos em ações da PM — além de Eloah Passos, de 5 anos, e de Wendell Eduardo, de 17 anos, no Dendê, também Thiago Menezes, de 13 anos, na Cidade de Deus. Em 2023, até esta segunda (14), o Instituto Fogo Cruzado tinha mapeado 16 crianças (até 12 anos incompletos) baleadas na Região Metropolitana do Rio: sete morreram e nove ficaram feridas. Em 2022, nesse mesmo período, cinco crianças foram baleadas: duas mortas e três 3 feridas.

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“A gente lamenta muito os fatos que aconteceram. É um momento de profunda tristeza da corporação. Tenho certeza de que nenhum policial militar sai de casa, beija seu filho de manhã e sai para a rua para trabalhar com essa intenção”, afirmou o comandante da PM. Ainda segundo ele, não existe no manual da corporação nenhum tipo de orientação para que, a partir do momento que o motorista de um carro não pare em uma abordagem, seja feito qualquer tipo de disparo: “A orientação é cercar, é comunicar via rádio. Isso foi cobrado ontem dos comandantes”. Ele falou também sobre as câmeras corporais. Nós temos hoje 9.500 câmeras já implantadas. A nossa previsão é que todo o efetivo já esteja com o equipamento no final de 2023, no mais tardar no início de 2024.O processo de implantação é complexo, porque demanda uma análise dos locais de instalação, como parte elétrica e internet. Toda uma estrutura precisa ser vistoriada e até adaptada para que possa receber as câmeras”, explicou.

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