Mudanças na orla: prefeitura diz que pode rever pontos do decreto polêmico

Representantes do órgão vão se reunir com barraqueiros e donos de quiosques. Só depois desses encontros a determinação poderá passar por ajustes

Por Da Redação
22 Maio 2025, 10h35
quiosque-areia
Quiosque Areia: um dos que seriam prejudicados pela mudança imposta pela prefeitura (./Divulgação)
Continua após publicidade

Após inúmeras polêmicas envolvendo o “choque de ordem”, com novas normas na orla do Rio, a prefeitura admitiu que pode flexibilizar alguns pontos do decreto previsto para entrar em vigor no dia 1º de junho.

O texto, já publicado no Diário Oficial, proíbe, por exemplo, música ao vivo e a venda de bebidas em garrafas de vidro nos quiosques do calçadão.

+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui

Nesta sexta (23), representantes do órgão vão se reunir com barraqueiros que trabalham na areia para ouvir críticas e sugestões. Já na segunda (26), funcionários da prefeitura vão ouvir as queixas dos donos de quiosques. Só depois desses encontros o decreto poderá passar por ajustes.

Em entrevista ao RJ2, da TV Globo, o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, defendeu o endurecimento das regras: “O que a gente tem visto são vários quiosques se transformando em casas de espetáculo, com shows, inclusive fora do horário permitido. Isso vem prejudicando o conceito de ordenamento que queremos trazer para a orla da cidade”, afirmou o secretário.

Continua após a publicidade

+ Sob nova ótica, O Mercador de Veneza estreia no Teatro Nelson Rodrigues

Carnevale também afirmou que a fiscalização vem dando certo, com aplicação de multas, cassações e apreensões diversas, mas que os vizinhos e frequentadores das praias seguem reclamando de som alto.

Entre os barraqueiros na areia, outra regra causou discórdia: a proibição dos nomes de cada barraca e da colocação de bandeiras nos espaços. Segundo a prefeitura, isso gera poluição visual.

Continua após a publicidade

+ Decreto que proíbe música na praia é ilegal? Entenda

A atuação dos ambulantes também será alvo de maior rigor, já que panelas e botijões de gás – usados por vendedores de milho, por exemplo – não são permitidos nas praias. Carnevale, no entanto, sabe que esses profissionais vão seguir atuando.

“Quem vai à praia, como carioca, está cansado de ver vendedor de milho, queijo coalho… São práticas que a gente vê em qualquer praia. A prefeitura está atenta, fiscaliza, mas não vai ter um guarda para cada vendedor de milho”, pontuou o secretário de Ordem Pública.

Continua após a publicidade

Sobre a proibição de garrafas de vidro, Carnevale explicou que a medida visa a segurança: “A gente pode estabelecer critérios para a utilização do vidro, como, por exemplo, a não entrega do vidro para o cliente. O manuseio da bebida engarrafada em vidro pode ser feito pelo quiosque, servida na mesa, e assim conseguimos criar um ambiente de proteção sem que esse vidro circule pelas areias, que é o que queremos evitar”

Compartilhe essa matéria via:

Há um quiprocó jurídico a ser resolvido: de acordo com especialistas, pelo menos uma das proibições contraria a Lei Complementar 172, de junho de 2017, que permite apresentações de música ao vivo nos quiosques até as 22h, desde que o volume não ultrapasse 50 decibéis.

Continua após a publicidade

Em relação a beach clubs, o Ministério Público Federal entrou recentemente na discussão, para pedir a demolição de quiosques que avançam demais pela areia. De acordo com a prefeitura, o tema está sob vigilância. “A gente já fez operações de demolição de quiosques na Barra da Tijuca, no início da Barra, na Avenida do Pepê e também na Zona Sul. Agora, há uma discussão jurídica. Em algumas oportunidades, existem decisões judiciais, liminares, prazos para que essas pessoas façam a regularização no urbanismo. Então, o ato administrativo de demolição precisa observar um rito legal”, afirmou Carnevale.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 29,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.