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Movimento ajuda a resolver problemas com organizações de saúde

Farmacêutico sanitarista Leandro Farias criou "Chega de Descaso" para presta assistência jurídica e social aos cidadãos que enfrentam burocracias no setor

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 8 set 2017, 10h00 - Publicado em 8 set 2017, 10h00
Leandro Nascimento Farias da ONG Chega de Descaso (Selmy Yassuda/Veja Rio)
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Em 2014, a noiva do farmacêutico sanitarista Leandro Farias teve uma crise de apendicite. Após 28 horas à espera da cirurgia, em um hospital particular da Barra da Tijuca, o apêndice se rompeu e ela morreu, aos 23 anos, de infecção generalizada. Lamentavelmente, casos de negligência na área de saúde são mais comuns do que se pensa. “Não dá para continuar esperando que os governantes façam algo a respeito. Temos de ser os agentes da mudança”, afirma Farias, que, há dois anos, fundou o movimento Chega de Descaso. O grupo é formado por dez membros fixos e vinte com atuação esporádica, incluindo profissionais de diversas áreas, como advogados, psicólogos e assistentes sociais. Juntos, eles prestam atendimento virtual às vítimas da burocracia ou da incompetência do setor de saúde. “Diariamente recebemos demandas do país inteiro. Infelizmente, o atendimento presencial está restrito ao município do Rio”, lamenta.

O projeto já ajudou mais de 300 pessoas, entre elas o publicitário Pablo Assis, cuja esposa, a americana Amanda Assis, foi diagnosticada com apendicite, no início de agosto. O hospital se recusou a operá-la porque o seguro-saúde de Amanda era americano. A cirurgia foi realizada só depois que Pablo, orientado pelo Chega de Descaso, pediu um laudo conclusivo do diagnóstico e foi à Justiça. “A arma do cidadão é o conhecimento”, diz o farmacêutico, que, por causa da crise, precisou abrir mão da sala alugada onde prestava atendimento gratuito. Para tentar contornar a situação, o grupo lançou uma campanha de crowdfunding, que começou no dia 4 de setembro, a fim de captar recursos para recuperar o espaço e ainda ampliar o serviço. “Queremos construir uma plataforma on-line de denúncias e usar esses dados para propor políticas públicas de saúde. Mas isso só será possível com o apoio da sociedade”, acredita Farias, que, junto com os colegas de movimento, vem participando de debates e audiências sobre o assunto.

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