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Projeto de Mário Moscatelli recupera 60 hectares de manguezal em Gramacho

Processo de recuperação ambiental do antigo Lixão de Gramacho propicia o incremento da fauna e da flora local, com a volta de peixes, aves e crustáceos

Por Da Redação
19 set 2023, 13h52
Manguezal Jardim Gramacho
Manguezal Jardim Gramacho: monitoramento topográfico, geotécnico e ambiental (William Werneck/Comlurb/Divulgação)
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Onze anos depois de ter sido encerrado definitivamente, em 2012, o antigo Lixão de Gramacho está irreconhecível. Graças ao projeto de recuperação ambiental do Aterro Metropolitano de Gramacho (AMG), por meio do plantio de espécies típicas, que já está alcançando o resultado ambiental mais esperado: o incremento da fauna e da flora local, com a volta de peixes, aves migratórias, como o maçarico, e crustáceos à área. A área de plantio iniciada com apenas 10 hectares, alcançou atualmente 60 hectares, o equivalente a 60 campos de futebol do tamanho do Maracanã. É a maior área de manguezal recuperada na Baía de Guanabara.

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O projeto de recuperação e manutenção do manguezal do entorno do aterro é desenvolvido em parceria com o biólogo Mário Mocastelli, contratado da empresa Statled Brasil, atual gestora dos serviços de manutenção e monitoramento do AMG. “O manguezal é um berçário natural para aves, peixes, moluscos e crustáceos e precisa ser preservado. Esse ecossistema também filtra a sujeira das águas e, por isso, são essenciais para permitir que essas espécies se reproduzam. Depois de décadas de degradação, o manguezal de Gramacho está em plena recuperação”, diz Moscatelli, que há quase três décadas se dedica à recuperação do bioma em Gramacho e neste trabalho conta com uma equipe de dez pessoas. As ações diárias de recuperação envolvem o replantio de mudas de espécies nativas, como o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-negro (Avicennia schaueriana) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa). Todo o percurso do projeto é feito em passarela de madeira com dois quilômetros de extensão, atualmente tomada de plantas.

Manguezal Jardim Gramacho
Recuperação ambiental: ações diárias envolvem o replantio de mudas de espécies nativas, como o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-negro (Avicennia schaueriana) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa) (William Werneck/Comlurb/Divulgação)

O Aterro de Gramacho funcionou de 1978 até 1996, quando foram iniciadas as obras de recuperação ambiental. Outros aterros clandestinos situados no mesmo bairro, mas sem qualquer relação com a área do Aterro Metropolitano de Gramacho, no entanto, continuam produzindo chorume, que vai direto para as águas da Baía de Guanabara. Já o Aterro de Gramacho conta com diversos serviços de manutenção, como correção dos recalques diferenciais com espalhamento de argila, controle da capa vegetal, operação da estação de tratamento de chorume e do sistema de drenagem e queima de biogás, além do monitoramento topográfico, geotécnico e ambiental.

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Ecossistema reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como essenciais para o bem-estar, segurança alimentar e proteção das comunidades costeiras em todo o mundo, o
manguezal tem como qualidade a capacidade de sequestrar quatro vezes mais carbono do que qualquer outro tipo de floresta e têm capacidade de armazenamento dez vezes superior.

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