Em março deste ano, Hector Babenco lançou o filme Meu Amigo Hindu. Autobiográfico, ele trazia a história de um diretor de cinema com um câncer terminal, que fazia um acordo com a morte para que ela lhe concedesse tempo suficiente para produzir sua última obra. Parece realmente que a vida imita a arte e agora, três meses após o lançamento do longa-metragem, o cineasta argentino nos deixa após sofrer uma parada cardíaca na noite de ontem.
Babenco, 70 anos, estava internado desde terça (12) no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, para tratar uma sinusite – segundo informações dadas por sua filha, Janka Babenco. O diretor deixa uma profícua carreira de mais de 40 anos, na qual recebeu inclusive uma indicação ao Oscar pelo filme O Beijo da Mulher Aranha (1985). Também foi o responsável por clássicos como Pixote (1982) e Lúcio Flavio, o Passageiro da Agonia (1977), além do sucesos de reconhecimento internacional Carandiru (2003).
Nascido em Mar del Plata em 7 de fevereiro de 1946, o cineasta se mudou para o Brasil aos 19 anos. Babenco era casado com a atriz Barbara Paz, em cartaz na cidade com a peça Gata em Telhado de Zinco Quente. Em função do ocorrido, as sessões deste fim de semana foram canceladas. O espetáculo volta na sexta (22).
O velório será nesta sexta (15), na Cinemateca, em São Paulo, das 10h às 15h. Depois disso, o corpo de Babenco será cremado no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, em uma cerimônia íntima apenas para familiares e amigos.